A partir das perguntas dirigidas aos convidados do evento, podemos auscultar algumas das principais questões sobre o plástico em Portugal. Para facilitar a leitura, partilhamos a questão (com referência ao autor) e um resumo da resposta dada pelos convidados.
“E os plásticos das pescas? Ninguém fala? Pescas sustentáveis não existem ou quando existem são uma minoria irrisória.” (Marina Cerqueira)
Resposta de Pedro São Simão, Smart Waste Portugal/coordenador do Pacto Português para os Plásticos
“Fala-se menos, mas estão incluídos na diretiva europeia que vem legislar sobre os plásticos de uso único, também lá está a pesca e todas as artes de pesca.
O Pacto em si não trabalha este tipo de problema, estamos focados nas embalagens e nos plásticos de uso único e isto por uma razão muito simples: correspondem a 40% da utilização anual dos plásticos e a 60% dos resíduos de plástico produzidos todos os anos. Mas a questão das redes de pesca está a ser trabalhada pela Smart Waste Portugal, agora também em colaboração com o próprio Ministério do Mar.”
“A transparência e informação pode tornar o consumidor um “auditor”?” (Ana Espada)
Nota: no seguimento desta pergunta, o moderador David Pontes lançou uma outra a Pedro Lago, da Sonae MC, sobre as políticas ambientais dos hipermercados influenciarem diretamente a escolha de consumidores com maiores preocupações ambientais. É essa resposta que partilhamos.
“Gostava de dar outra resposta mas não seria verdadeira. A esmagadora maioria dos clientes não incorpora ainda este tipo de preocupações nos seus processos de decisão. Mas eu queria também fazer uma nota de defesa do consumidor e não parecer que estou a colocar o ónus no consumidor.
São temas complexos e há muita desinformação. A vontade de muitas empresas de colocarem notícias cá fora com iniciativas de bondade ambiental é muito grande e isso muitas vezes tem o efeito de baralhar as pessoas. É por isso que nós temos de ter muita atenção. No caso do Continente, levamos este tema muito a sério porque somos um retalhista líder em Portugal, somos marca de confiança dos portugueses há muitos anos e, por isso, incorporamos todos os dias essa responsabilidade acrescida que temos de não fazer aquilo que parece bonito mas sim aquilo que acreditamos verdadeiramente serem as melhores soluções. Tentamos explicar esse processo aos consumidores, mas muitas vezes sem tanto sucesso como gostaríamos.”
“Estamos todos num caminho de abertura de consciência. Fazer tudo com mais calma ajuda muito. Ter tempo para pensar nas refeições, planear, fazer lista do que realmente precisamos antes de ir às compras, são pequenos passos que ajudam muito a fazer melhores escolhas.” (Joana Mimoso de Freitas)
Comentário de Susana Fonseca, da Zero:
“É um processo. Nós não nascemos todos sensíveis às questões ambientais como não somos todos sensíveis às questões de género ou de justiça social. Para uma larga faixa da população portuguesa, o tema ambiental não é um tema prioritário. Nós temos de torná-lo mais prioritário.
Há aqui responsabilidades partilhadas mas diferenciadas. Cada um de nós também tem a sua responsabilidade, mas de facto nós assistimos – e criticamos isso muitas vezes, na área do plástico nota-se muitíssimo – [à] tendência que algumas empresas e marcas têm de tentar passar a responsabilidade para o consumidor por tudo o que de mau acontece ao plástico no seu fim de vida.
Grande parte da capacidade que temos de alterar esta realidade está a montante do consumidor.”
“É impressionante a quantidade de plástico que usamos para os mais variados produtos que compramos diariamente. Como podemos limitar isto? Torna-se ridículo ter de ir duas, três vezes ao ecoponto por semana só por causa do plástico. Ou acabamos com isto ou passamos a fabricar plástico diferente. (João V. Pinto)
“É fundamental que as embalagens sejam de monomateriais. Se os materiais forem complexos, as reciclagens são quase impossíveis, e normalmente com elevado custo energético.” (Paulo Silva)
“E uma fatura de pegada ecológica por família? Pode ajudar à participação/responsibilização do consumidor?” (Ana Espada)
Conversamos com um dos fundadores da Biggest Mini Forest, projeto que está a ensinar quem tenha um pequeno terreno a cultivar uma mini floresta comestível, biodiversa e que fomenta a regeneração do solo
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Foi a 25 de setembro de 2015 que as Nações Unidas adotaram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Conheça os esforços que Portugal tem feito para os alcançar
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