A camada de ozono e sua relação tóxica com o ser humano
Todos já ouvimos falar dela mas será que sabemos o que realmente é? Como se forma e como protege a vida no planeta? E como a atividade humana está a destruí-la?
A partir de janeiro de 2025 será obrigatória a recolha seletiva de têxteis e a To Be Green criou já uma solução para valorizar estes resíduos
O projeto To Be Green foi criado na Universidade do Minho, mas é no município de Sintra que tem dado mais nas vistas. Dois anos depois de ter arrancado com o projeto-piloto, o município acaba de alargar a recolha seletiva de produtos têxteis e encaminhamento para revalorização a toda a sua área. A culpa é da elevada adesão que tem recebido.
Além de uma medida ecológica, a implementação do projeto To Be Green em Sintra, em parceria com os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), permite ainda antecipar a diretiva europeia que entra em vigor em 2025 e que obriga a recolha seletiva de resíduos têxteis já a partir de 1 de janeiro.
A medida faz parte da Estratégia da UE em prol da Sustentabilidade e Circularidade dos Têxteis, que visa tornar os têxteis mais duradouros, reparáveis, reutilizáveis e recicláveis até 2030.
Segundo dados da Comissão Europeia, cada pessoa produz cerca de 12 kg de resíduos têxteis por ano, sendo que apenas 22% de todos estes resíduos são recolhidos seletivamente para reutilização e reciclagem. A maioria acaba em aterros ou segue para incineração. Só em Portugal, são descartadas 200 toneladas de roupa por ano.
“Ainda falta sair alguma regulamentação relativamente à questão dos têxteis, mas o objetivo é irmos tentando fazer projetos que permitam ir retirando os têxteis do [lixo] indiferenciado e, assim, anteciparmos essas metas e conseguirmos estar preparados quando chegar a data”, sublinha Carlos Vieira, diretor dos SMAS, em declarações à agência Lusa.
O responsável lembrou ainda que o concelho também antecipou “muito mais cedo” as metas de recolha dos biorresíduos, que se tornou obrigatória no início de 2024.
A solução To Be Green permite a valorização de “produtos de vestuário, uniformes e fardamentos, e outros têxteis-lar descartados, seguindo a hierarquia de resíduos e aplicando os princípios da Economia Circular”, lê-se na plataforma do projeto.
“De acordo com a triagem e a avaliação feita aos materiais entregues, é feita a definição do fluxo de valorização podendo ser a reutilização e partilha, o upcycling, a reciclagem ou, caso estejam estragadas e sem potencial de valorização, o envio para aterro”.
Além Sintra, outros municípios já aderiram ao projeto To Be Green, “sobretudo no norte do País”, como explica António Dinis Marques, mentor científico e CEO (diretor executivo) da To Be Green, à Lusa.
É também no norte do país onde ocorre a transformação das peças de roupa danificadas em novas fibras têxteis – ou tecidos. Antes disso, as peças são triadas em “lotes das cinco grandes cores e gangas”. O mentor da To Be Green estima que o projeto já evitou que chegassem ao aterro entre “50 e 70 toneladas de têxteis, aproximadamente”, em todo o país.
Com a revalorização dos tecidos, a To Be Green já permitiu transformar têxteis em fim de vida em camas e roupas para animais, tote bags, kits de cultivo, acessórios para telemóvel, toalhas, coletes, entre outros produtos.
O processo começa com a recolha de roupa, através de contentores, colocados em escolas ou juntas de freguesia aderentes. Depois a roupa é triada. As peças que não necessitam de ser recicladas, ou seja, estão em condições de ser usadas novamente, são fotografadas e inseridas na aplicação To Be Green, que funciona como uma loja. Pode também seguir para uma instituição de solidariedade social.
Neste momento, a To Be Green está a levar o projeto às escolas e a educar para a importância de combater o descarte de resíduos têxteis, de forma a que mais gente participe nesta missão de circularidade.
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