Estudo recente aponta o dedo aos EUA.
Num momento tão decisivo para a política norte-americana, um
novo estudo da
Science Advances aponta o dedo à responsabilidade dos Estados Unidos da
América na produção e exportação de lixo plástico. Apesar de ter sido um tema
abordado durante a campanha política de Joe Biden e de Donald Trump, não é
muito clara a posição dos
candidatos à presidência do país. Biden fez declarações mais “radicais”, no
sentido da abolição total do plástico (sempre que possível), enquanto Trump
chegou a culpar outros países pelo lixo de plástico que se acumula na costa
norte-americana. Pelo meio, declarações de representantes da indústria do
plástico parecem ter deixado a discussão adiada para quando se souber qual dos
dois candidatos vencerá a eleição de 3 de Novembro. Certo é que a decisão dos
norte-americanos tem impacto mundial, não só no que respeita a políticas
ambientais como a tudo o resto.
O que o referido estudo veio provar é que Estados Unidos,
Reino Unido e Coreia do Sul são os países que mais lixo plástico produzem. A
quantidade média de lixo de plástico produzido por pessoa, por ano, é de 105
quilos nos EUA, 99 no Reino Unido e 88 quilos na Coreia do Sul. Não confundir
com a origem do plástico que vai parar aos oceanos, maioritariamente
proveniente de países
asiáticos que não têm quaisquer planos de gestão de resíduos, como é o caso
da Indonésia e do Vietname.
Ao apontar os EUA como um dos grandes produtores de plástico
do mundo, a responsabilização é da sua exportação, por exemplo, para os tais
países onde não existe gestão de resíduos ou esta é deficitária. É nesse
sentido que é importante conter a desenfreada produção de embalagens de
plástico e de objetos diversos de utilização única. Seja através de políticas
internas ou de normas estabelecidas entre países, é essencial que uma potência
mundial como os EUA tenha presente na sua política a importância da sua
indústria para a saúde económica do planeta mas, principalmente, para o
ambiente. Apesar dos EUA terem abandonado oficialmente o Acordo de Paris a 5 de
novembro, citando
a notícia da RTP, “a decisão de sair do acordo climático foi do atual
presidente, Donald Trump”. No entanto, se Joe Biden vencer as eleições, “prometeu
reentrar no acordo no primeiro dia na Casa Branca” – posições totalmente
opostas e com repercursões para a saúde climática mundial, tendo em conta que
os EUA são também dos países que mais gases nocivos emitem para atmosfera.