Ideias para decorações sustentáveis de Halloween
Criar decorações para o Halloween com materiais reciclados é uma maneira criativa e sustentável de celebrar a temporada assustadora
Conversamos com um dos fundadores da Biggest Mini Forest, projeto que está a ensinar quem tenha um pequeno terreno a cultivar uma mini floresta comestível, biodiversa e que fomenta a regeneração do solo
Luís Afonso recebe-nos através da lente da sua câmara, diretamente do Algarve. É nesta região que se encontra a maioria das 45 “mini florestas” que o projeto Biggest Mini Forest já ajudou a criar.
Fundado em 2023 por Luís Afonso e Ana Laura Cruz, o Biggest Mini Forest tem vindo a promover a partilha de conhecimentos práticos, através de workshops, onde os participantes aprendem como cultivar uma pequena floresta comestível, numa área de apenas 4 metros quadrados, com métodos que fomentam a regeneração do solo e da biodiversidade.
Através de um modelo de agricultura regenerativa, acessível a todos e pensado para não necessitar de muita manutenção, as mini florestas de 2 por 2 metros podem crescer até 10 vezes mais rápido do que plantações convencionais, sem o uso de fertilizantes químicos ou pesticidas, como explica Luís Afonso.
“No fundo, nós ensinamos a fazer uma peça de lego com 4 metros quadrados, que depois podemos replicar, quadrado a quadrado, e assim criar um sistema cada vez mais resiliente e produtivo. (…) A ideia é utilizar uma combinação altamente biodiversa de plantas que promove a cooperação entre todas elas. Isso envolve o uso de árvores, arbustos e plantas rasteiras, comestíveis e não comestíveis, autóctones e não autóctones, que juntas criam um microclima com as condições necessárias para que todo o sistema prospere. Com o tempo, teremos um ecossistema resiliente naquele espaço”, dá conta o co-fundador.
A longo prazo, o projeto Biggest Mini Forest pretende formar uma rede de mini florestas comestíveis, que combatam o problema da degradação dos solos, que ameaça os nossos sistemas alimentares, a nível mundial, ao mesmo tempo que nos dão alimento e contribuem para a biodiversidade das regiões onde são plantadas.
Para criar este modelo de agricultura regenerativa, Luís Afonso foi beber de outros, como o método japonês Miyawaki, criado nos anos 1970, ou a brasileira agricultura sintrópica, criada nos anos 1980. “Os dois métodos são muito focados no conceito de regeneração, como eu o vejo: a agricultura deve servir para melhorar a vida e a biodiversidade, de uma forma mais rápida do que a Natureza faz por si só”, explica o fundador.
“A agricultura sintrópica é muito focada na produção de alimentos e a regeneração acontece pelo uso. Mas precisa de muito conhecimento, prática e muita manutenção. Já o método Miyawaki foi criado com foco exclusivo na regeneração, usando apenas espécies autóctones e, inicialmente, num raio de 20 km, ainda que sem necessidade de muita manutenção. Este método permite-nos criar um espaço biodiverso, que cresce rápido e se torna resiliente em muito pouco tempo. Mas se usarmos apenas espécies autóctones, teríamos muita pouca coisa para comer, além de que este modelo também exige muitos recursos para a criação deste tipo de florestas”, dá conta o co-fundador.
Depois de estar envolvido em projetos segundo as bases da agricultura sintrópica e do método Miyawaki, Luís Afonso quis juntar o melhor de dois mundos e colmatar algumas necessidades de que se foi apercebendo – as necessidades de escala, manutenção e de conhecimento. “O modelo que criamos foi para combater essas limitações, ou seja, queríamos ter uma escala pequena, que exige menos manutenção e ao mesmo tempo não precisasse de muito conhecimento para ser implementado. E produzir comida, enquanto regeneramos o planeta, para mim, algo importante”, sublinha.
Ana Laura Cruz brinca que foi aprendendo por osmose, acompanhando todo o caminho que o Luís percorreu ligado à regeneração. Com os conhecimentos e experiência em agrofloresta que foram acumulando, em conjunto, os dois começaram a fazer experiências numa banheira, fazendo desse pequeno espaço o seu viveiro, com bastantes sementes, solo e minhocas. “Basicamente tudo o que púnhamos lá germinava. Então, depois, pegamos nessas plantas e fizemos uma mini floresta. Foi essa que nos fez aprender muito durante este processo”, conta Luís Afonso.
Dessa experiência para os workshops foi um salto, sendo que Luís e Ana Laura continuam a melhorar e a aprender com cada sessão que promovem e cada mini floresta que ajudam a desenvolver.
Os próximos workshops da Biggest Mini Forest realizam-se nos dias 26 e 27 de outubro, na Quinta da Fornalha, em Castro Marim, onde os participantes poderão aprender as características deste modelo de quatro metros quadrados, desde como selecionar as plantas e viveiros e preparar o solo até às técnicas de irrigação.
Neste momento, a rede de 45 “mini florestas” já chegou à vizinha Espanha e os fundadores já receberam contactos de “França, Itália, Holanda e EUA, com interesse em vir cá e aprender”, revela Luís Afonso.
Além disso, os fundadores estão a preparar um curso online, que deverá ser lançado nos primeiros seis meses de 2025. Dessa forma, pretendem conseguir chegar a mais pessoas pelo mundo fora e aprender mutuamente, dando assim mais alguns passos a caminho do grande sonho:
“Um mundo onde mini florestas comestíveis prosperam em paisagens urbanas e rurais, fornecendo fontes sustentáveis de alimento, promovendo a regeneração ambiental e conectando comunidades através de um compromisso partilhado com a regeneração”. Esta é a visão dos fundadores da Biggest Mini Forest, que rematam ainda:
“‘Start Mini, Dream Big’ não é apenas um slogan, mas uma filosofia que orienta a criação de uma rede global de mini florestas interconectadas”.
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