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No mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde Feminina, lembramos a importância de promover alternativas acessíveis e ecológicas para menstruação
“A menstruação ainda tem muitos tabus, estigmas e silêncios na sociedade. É por isso que deve haver uma ação universal. Precisamos mudar a forma como a sociedade tem lidado com a menstruação, como sendo um assunto privado, como algo de que não se fala, porque estes mitos, estes estigmas, também têm implicações na saúde e no bem-estar das mulheres”.
Estas são declarações de Tània Verge, ministra da Igualdade e Feminismo no governo regional da Catalunha, à Euronews. A governante falava a propósito da iniciativa “O meu sangue, as minhas regras”, que arrancou em março de 2024 com a distribuição gratuita de produtos reutilizáveis para menstruação.
Estes produtos, que incluem pensos, roupa interior e copos menstruais, devem agora estar disponíveis em todas as farmácias da região autónoma de Espanha, de forma a que qualquer mulher possa aceder a estes produtos.
A medida de distribuir produtos reutilizáveis para menstruação é uma solução inovadora e essencial, que dá resposta aos dois grandes problemas relacionados com a saúde menstrual que o mundo enfrenta:
Muitas mulheres em condições de pobreza não têm acesso a qualquer tipo de produto para a menstruação. A este problema junta-se a falta de infraestruturas, como saneamento, ou acesso a água, que garantam todas as condições de segurança e higiene para as pessoas que menstruam. Sabe-se que 30% da população mundial não tem acesso a saneamento básico. Já imaginou o que é menstruar nestas condições?
Segundo o governo regional catalão, devido à pobreza menstrual, 23% das mulheres daquela região reutilizam produtos de uso único e 44% não têm condições de comprar os produtos de sua preferência.
Estudos mostram que as mulheres estão mais comprometidas do que os homens com a mudança de comportamentos para combater as alterações climáticas. No entanto, quando se trata de produtos menstruais, há ainda o “fator vergonha” e o tabu associados, que não permitem que o tema seja mais debatido em sociedade e que mais medidas sejam tomadas.
Assim, é necessário trazer para o domínio público e normalizar a questão da menstruação, para que todos possamos contribuir para a dignidade feminina. Já que a questão da pobreza menstrual incentiva à discrimininação da mulher e muitas vezes representa um entrave à vida normal das mesmas.
Por exemplo, em Portugal, segundo um estudo promovido pela Evax, 12% das pessoas inquiridas (18-24 anos) admitem já ter faltado às aulas por não terem possibilidades de adquirir produtos menstruais. Para justificar a ausência, mais de metade alegou estar doente.
A pobreza menstrual é um tema que tem sido debatido a nível europeu, sendo que em 2022 a UE passou a permitir aos Estados-membros vender produtos menstruais sem IVA. No entanto, por enquanto, a Irlanda é o único país a fazê-lo.
A maioria reduziu o imposto para 5% a 10%, mas há países onde o IVA aplicado supera os 20%, como é o caso da Hungria (27%) e da Suécia e da Dinamarca (ambos com 25%). Por cá, estes produtos são taxados a 6%.
Foi para chamar a atenção do mundo para o tema da falta de acesso a condições básicas entre as pessoas que menstruam, que se instaurou em 1987 o Dia Internacional da Saúde da Mulher, celebrado a 28 de maio. A data visa alertar para a desigualdade entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde.
Mas há ainda um outro problema a que devemos prestar atenção: o descarte dos produtos de higiene feminina. Estima-se que durante a sua vida, cada mulher pode acumular cerca de 200 quilos de resíduos apenas em pensos e tampões descartáveis (números do Instituto Akatu, citados pelo O Globo).
Isto tem um grande impacto ambiental, já que as mulheres representam mais de metade da população mundial e 90% do material utilizado nestes produtos é plástico, o que demora mais de 400 anos a decompor-se.
Além do plástico, estes produtos podem conter químicos prejudiciais à saúde e ao ambiente. E lembremo-nos que estes produtos estão em contacto, por períodos de tempo relativamente longos, com uma zona do corpo que é particularmente sensível.
As soluções reutilizáveis são “mais seguras para a sua saúde, melhores para o ambiente e, com o uso, podem tornar-se mais económicas. Esta opção não invalida que, em determinadas ocasiões, possa optar por soluções descartáveis”, defende a Zero associação, que deixa algumas dicas de sustentabilidade, caso opte por pensos ou tampões descartáveis:
Se utilizar soluções descartáveis, lembre-se de descartá-las sempre nos resíduos indiferenciados. Nunca abandone no ambiente nem coloque na sanita.
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