Há um novo tipo de bioplástico que se dissolve na água

Solução composta por amido e celulose acaba por se degradar.

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Solução composta por amido e celulose acaba por se degradar.

Para combater a poluição nos oceanos, que acumulam toneladas e toneladas de lixo de plástico, são cada vez mais comuns as campanhas de sensibilização, o aparecimento de materiais alternativos e a pesquisa científica para encontrar soluções mais sustentáveis.

Não são novidade os esforços para produzir plástico biodegradável a partir de desperdícios alimentares, por exemplo, como é o caso do projeto europeu YPACK (do qual a Sonae MC faz parte). Os trabalhos de investigação têm explorado outros materiais com características comuns ao plástico – e, espante-se, até os tentáculos das lulas contêm uma espécie de biopolímero que poderá ser reproduzido em laboratório para fazer parte de uma solução alternativa aos plásticos petroquímicos.  Desta vez, a novidade partilhada num artigo da revista científica Carbohydrate Polymers é da responsabilidade de um grupo de investigadores da Universidade de Osaka, no Japão, e sugere que o novo composto biodegradável poderá ser produzido de forma massificada e com baixos custos.

DR Phys.org: Esquema elucidativo da composição do polissacarídeo e processo de biodegradação

Legenda da imagem:
“Recursos de biomassa abundantes e baratos”

  • A combinação de amido e celulose resulta numa folha transparente, duradoura, resistente à água, produzida através da combinação de recursos da mesma família biológica
  • A biodegradação marinha do material contribuirá para a redução do lixo marinho

Este polissacarídeo formado por amido e celulose distingue-se de outras substâncias orgânicas por ser menos resistente à água e, por isso, se biodegradar mais facilmente na água.

Os investigadores japoneses acreditam que, em breve, o novo material poderá ser produzido em grande escala e utilizado em embalagens alimentares e em outras aplicações. Referem ainda, numa entrevista ao portal científico Phys.org , que as expectativas são altas e que o material poderá efetivamente contribuir para a resolução do problema do lixo plástico que se acumula nos oceanos e que, por isso, este trabalho poderá ter um impacto social significativo.

Curiosidade: foi precisamente em Osaka, onde o trabalho de investigação está a ser desenvolvimento, que se realizou a Cimeira do G20 em 2019 e onde se determinou a “Osaka Blue Ocean Vision”, um compromisso liderado pelo Japão para reduzir a poluição global de plástico nos oceanos até 2050.

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