Calções de banho feitos com poliéster reciclado e materiais biodegradáveis

Coleção inovadora e amiga do ambiente é da portuguesa DCK.

DCK CiCLO calções de banho biodegradáveis

Criada em 2009, a marca portuguesa DCK dedica-se exclusivamente à produção de calções de banho. O que a tem distinguido a DCK no mercado é a utilização de fibras CiCLO, uma tecnologia que permite que as fibras sintéticas se comportem como fibras naturais num possível processo de degradação. 

Explicado de uma forma muito simples, o aditivo têxtil que integra o processo CiCLO faz com que as fibras criem pontos biodegradáveis na matriz do poliéster, o que facilita a sua decomposição e evita a poluição plástica causada pelos tecidos. Mais: o poliéster utilizado nos modelos da DCK é feito a partir de garrafas de plástico recicladas.

Numa entrevista à Time Out Portugal, Fernando Costa, responsável pelo marketing da DCK, esclareceu que esta característica das fibras biodegradáveis não fazem com que os fatos de banho se desfaçam enquanto estão a ser usados “ou que a pessoa fique nua na praia”, brincou. “A colecção tem a mesma qualidade, mas o impacto ambiental é menor”, explicou. “Podemos usar os calções até acharmos que chegou ao fim da sua vida. A diferença é que ele se vai decompor naturalmente no ambiente certo.”

Pioneira na Europa a utilizar a tecnologia CiCLO na produção, a marca já utilizava cânhamo em alguns dos seus modelos, uma fibra natural com características biodegradáveis. “O cânhamo usa três vezes menos água do que o algodão para ser produzido”, acrescentou Fernando Costa nas declarações à Time Out. 

“Mais de 700 mil fibras podem ser libertadas das nossas roupas numa lavagem normal”

A jovem investigadora Imogen Napper, conhecida como “a detetive dos plásticos”, desenvolveu um estudo com no qual provou que é possível que mais de 700 mil fibras sejam libertadas numa normal lavagem de roupa na máquina. Os números diferem consoante o tipo de tecido, mas a maior parte das roupas que utilizamos são feitas com acrílico, poliéster e outros derivados do plástico. O tamanho microscópico dessas partículas faz que não seja possível filtrá-las no tratamento de resíduos e, por isso, acabam por seguir o seu caminho até aos rios, mar e oceanos.

Se tentarmos somar as lavagens de roupa semanais em nossa casa, multiplicá-las por meses e imaginar essa mesma conta aplicada à vizinhança, ao país e ao mundo, os microplásticos transformam-se rapidamente em autênticas “ilhas de plástico” nos oceanos.

Para travar este problema, a jovem cientista está a trabalhar num projeto cujo propósito é encontrar soluções para reter as fibras dos tecidos da roupa durante a lavagem na máquina. Além das possíveis respostas “técnicas” ao problema, Imogen não deixa de realçar a importância da mudança de hábitos de consumo, sugerindo que devemos “comprar menos roupa, ir a lojas de segunda mão ou arranjá-la quando está rota em vez de estarmos sempre a comprar”. E quando o fazemos, devemos também questionar a origem das roupas e a composição dos tecidos – a DCK e a CiCLO, neste caso, propõem uma alternativa mais sustentável na roupa de banho masculina (para já).

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