A camada de ozono e sua relação tóxica com o ser humano
Todos já ouvimos falar dela mas será que sabemos o que realmente é? Como se forma e como protege a vida no planeta? E como a atividade humana está a destruí-la?
A investigadora britânica dedica-se a seguir o rasto do plástico que acaba na natureza.
Aos 29 anos, a britânica Imogen Napper assume-se como uma verdadeira “detetive dos plásticos”, investigando a origem dos resíduos que poluem o meio ambiente. É a essa área que dedica o trabalho de investigação na Universidade de Plymouth, onde é bolseira de pós-doutoramento. Em 2018 recebeu a bolsa Sky Ocean Rescue Scholar, uma parceria entre o grupo televisivo Sky e a National Geographic para financiar um projeto de investigação sobre as fibras têxteis que se libertam durante as lavagens de roupa e que acabam por poluir o ambiente. Recentemente tem trabalhado no impacto real das embalagens biodegradáveis e compostáveis no ambiente.
Os números são chocantes: segundo o artigo científico que Imogen publicou em 2015 no Marine Pollution Bulletin, cada 150 mililitros de esfoliante facial com microesferas pode ter entre 137 mil e 2,8 milhões de partículas de plástico. Por utilização, ou seja, por cada lavagem do rosto com um esfoliante deste tipo, podem ser libertados cerca de 100 mil microplásticos. A amostra analisada pela jovem cientista mostrou que cerca de 80 marcas de cosméticos presentes no mercado do Reino Unido tinham microesferas nos seus esfoliantes. Na apresentação dos resultados, como citado num artigo do jornal Público, Imogen deixou um alerta de responsabilização: “Se as pessoas começarem a não comprar esses produtos e a comprar os naturais, a indústria começará a ouvir.” O estudo terá influenciado a decisão do governo britânico de proibir a incorporação de microesferas em produtos cosméticos.
Uma embalagem de 150 ml de esfoliante facial pode ter quase 3 milhões de microesferas. |
À medida que o trabalho de investigação de Imogen avança, a origem dos microplásticos que poluem oceanos e solos vai-se revelando. Num outro estudo que desenvolveu já com o apoio da bolsa Sky Ocean Rescue, em parceria com a National Geographic, provou que é possível que mais de 700 mil fibras sejam libertadas numa normal lavagem de roupa na máquina. Os números diferem consoante o tipo de tecido, mas a maior parte das roupas que utilizamos são feitas com acrílico, poliéster e outros derivados do plástico. O tamanho microscópico dessas partículas faz que não seja possível filtrá-las no tratamento de resíduos e, por isso, acabam por seguir o seu caminho até aos rios, mar e oceanos.
Se tentarmos somar as lavagens de roupa semanais em nossa casa, multiplicá-las por meses e imaginar essa mesma conta aplicada à vizinhança, ao país e ao mundo, os microplásticos transformam-se rapidamente em autênticas “ilhas de plástico” nos oceanos.
Para travar este problema, a jovem cientista está a trabalhar num projeto cujo propósito é encontrar soluções para reter as fibras dos tecidos da roupa durante a lavagem na máquina. Além das possíveis respostas “técnicas” ao problema, Imogen não deixa de realçar a importância da mudança de hábitos de consumo, sugerindo – no referido artigo do Público – que devemos “comprar menos roupa, ir a lojas de segunda mão ou arranjá-la quando está rota em vez de estarmos sempre a comprar”. E quando o fazemos, devemos também questionar a origem das roupas e a composição dos tecidos. Lembra ainda que devemos ter iniciativa mas que “a indústria tem de nos dar escolhas” e o Governo tem de “pressionar a indústria para que as mudanças aconteçam”.
Em fevereiro de 2021, Imogen revelou o resultado de testes desenvolvidos nos últimos três anos com sacos biodegradáveis e compostáveis para perceber de que forma se deterioravam quando expostos a diferentes condições. A grande conclusão é que muitas das embalagens que se diz serem compostáveis só o são efetivamente se a compostagem for industrial e não doméstica. Significa, portanto, que se a embalagem em causa fosse posta na terra, a sua decomposição não iria acontecer assim tão rapidamente.
Em declarações à Euronews, Imogen explica que, depois de três anos, “a maioria dos sacos ainda para carregar cheio de compras”, ou seja, manteve-se praticamente intacto. “Enterrámo-los no solo, afundámo-los no mar e pendurámo-los no exterior” e nem todos os sacos desapareceram por completo: “Houve alguns sacos biodegradáveis que desapareceram no oceano, mas não necessariamente no solo.” Idealmente, nenhum plástico deve ser exposto ao ambiente, seja ou não biodegradável.
Vale a pena aprofundar alguns dos estudos liderados por Imogen Napper. Foi a jovem investigadora que encontrou vestígios de plástico nas amostras de neve recolhidas no cume do Monte Evereste, considerado o ponto mais alto do mundo (quase 8850 metros de altitude), por exemplo. No vídeo que resume o seu percurso de investigação sobre a poluição por plástico, Imogen acaba em jeito de ultimato, “We really need to attack now” (“precisamos mesmo de atacar agora”), referindo-se à insustentável proliferação de plástico desnecessário que acaba descartado na natureza.
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