Há quem “vista a camisola” por uma causa, mas Modou Fall veste-se de plástico da cabeça aos pés. Em Dacar, no Senegal, ganhou o estatuto de super-herói pela capa que traz às costas mas também pela missão que assumiu, ao querer acabar com o lixo de plástico no país.
O traje pouco comum e quase cómico tem um propósito muito sério, na verdade. Equipado de acordo com a sua metafórica corrida, Modou aproveitou a maratona de Dakar para promover a causa. Com a bandeira senegalesa numa mão e megafone na outra, apregoou alguns dos problemas relacionados com o plástico que é diariamente descartado no país.
Mal passou o último maratonista, o “Plastic Man”, como ficou conhecido entretanto, e uns quantos voluntários, começaram a recolher as garrafas de água vazias que tinham acabado de ser deixadas para trás e não passaram despercebidos à comunicação social.
Um Kankurang do plástico
Segundo o New York Times apurou, Modou Fall inspirou-se na figura mítica senegalesa do “Kankurang”, uma espécie de protetor contra os maus espíritos – até porque este “plastic man” quer proteger o ambiente do flagelo da poluição por plástico. Apesar de não ter um território muito extenso, o país é pobre, a gestão de resíduos é quase inexistente, a população está maioritariamente concentrada na costa e muitos resíduos vão parar diretamente aos rios e ao mar.
Modou contactou pela primeira vez com a realidade do lixo de plástico numa zona rural do interior do Senegal, há mais de 10 anos, enquanto cumpria o serviço militar. Muitos animais estavam a adoecer por ingerirem pedaços de plástico que apareciam fragmentados por todo o lado. Mais tarde, a trabalhar no mercado de Dacar, tentou alertar os lojistas para reduzirem a quantidade de plástico desnecessário que descartavam inconscientemente a toda a hora. Diz que um dia se fartou e tentou limpar o mercado sozinho – demorou 13 dias. Conseguiu, mas o plástico acabou por voltar, apesar de alguns lojistas terem ficado sensibilizados com o problema.
O “Plastic Man” assume ter ficado algo obcecado com o plástico e, para tentar efetivamente combater o problema, fundou a associação Senegal Propre, em 2006, com o seu próprio dinheiro. Plantou árvores, mobilizou a população para ações comunitárias de sensibilização e organizou ações de limpeza. Com os resíduos de plástico recolhidos, a associação já fez tijolos e bancos de jardim, entre outras coisas. O objetivo de Modou é acabar com o plástico, mas, enquanto isso, tem tentado que não seja descartado e que seja possível reutilizá-lo para os mais diversos fins.
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