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As emissões anuais dos 1% mais ricos da população mundial anulam quase por completo o trabalho de um milhão de turbinas eólicas terrestres
Os países mais pobres pagam 10 vezes mais o preço da poluição de plástico, embora consumam três vezes menos plástico, per capita, do que os países de alto rendimento. A conclusão é de um estudo publicado pelo WWF (World Wildlife Fund) no final de 2023, que indica ainda um outro dado assustador: 93% de todas as mortes ligadas à produção de plástico ocorrem em países de baixo e médio rendimentos.
Um outro estudo, publicado também em 2023 pela ONG Oxfam, denuncia também que 1% das pessoas mais ricas a nível mundial – ou seja 77 milhões – produzem a mesma quantidade de gases com efeito de estufa que 66% da população mais pobre – que correspondem a 5 mil milhões de indivíduos. E só os 10% mais ricos do mundo são responsáveis por metade das emissões anuais de CO2.
Nota-se assim um desequilíbrio acentuado entre os que mais poluem e os que mais sofrem as consequências, em termos de ambiente, saúde e economia.
A resposta parece ser “sim!”. De acordo com o estudo “Climate equality – a planet for the 99%”, da Oxfam, os super-ricos continuam a investir em indústrias poluentes e os seus estilos de vida resultam em grande escala para o aquecimento global. E os esforços individuais que o resto do mundo possa adotar para conter os efeitos climáticos, de nada adianta, se esta parte da população não mudar o seu modo de viver e investir na economia.
É que o relatório, que tem por base dados sobre as emissões de consumo de 196 países, entre 1990 e 2019, mostra ainda que as emissões anuais dos 1% mais ricos da população anulam quase por completo a economia de carbono de um milhão de turbinas eólicas terrestres.
No que diz respeito ao plástico, a ausência de regulamentação e normas globais faz, segundo o relatório da WWF, com que as comunidades em países de baixo e médio rendimento estejam expostas a efeitos ocultos e mais nocivos que derivam da produção e poluição destes resíduos. Tas como:
“O nosso relatório mostrou que confiar em decisões governamentais individuais resulta num sistema injusto, onde os encargos não são apenas distribuídos de forma desigual, mas são suportados por aqueles menos equipados para remediá-los”.
Eirik Lindebjerg, líder da política de plásticos da WWF Internacional
Desta feita, o WWF sublinha a importância de estabelecer e implementar um tratado global sobre poluição plástica com regras globais harmonizadas e vinculativas. Tais como:
Recorde-se que em 2023 foram retomadas as negociações para um acordo global de plásticos, definido pela ONU e envolvendo 167 países. Este instrumento deverá permitir a redução da poluição de plástico em 80% até 2040 e será juridicamente vinculativo. A sua versão final deve ser conhecida em 2024.
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