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Alunos portugueses e estrangeiros juntos no âmbito do programa misto Erasmus+.
Sob o mote “Plásticos sustentáveis: das matérias-primas até à conceção de produtos”, a Universidade de Aveiro (UA) promoveu um programa intensivo de desenvolvimento de embalagens que juntou 23 estudantes de diferentes nacionalidades. O formato, desenvolvido no âmbito do Erasmus+, foi desenhado por um consórcio de instituições do ensino superior de forma a permitir uma combinação entre mobilidade física e virtual e chegar a estudantes europeus de áreas de estudo distintas.
Fizemos algumas perguntas a Paula Ferreira, docente no dep. de engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC) da UA e coordenadora deste programa.
Este grupo de alunos, que participou no programa intensivo para desenvolver embalagens de plástico mais sustentáveis, que background tinha? Eram todos da área da Engenharia de Materiais? De onde vieram?
Paula Ferreira: O Programa Intensivo Misto – “Plásticos Sustentáveis – das matérias-primas naturais até à concepção de produtos” iniciou a 6 de junho e termina a 12 de setembro. Consistiu em aulas teóricas on-line, sessões de discussão de ideias e preparação para a atividade presencial que teve lugar durante a semana de 20 a 16 de julho no DEMaC e na ESAN. Agora em Setembro vai ser preparado um relatório final das atividades e feita apresentação final do trabalho desenvolvido. Os alunos eram oriundos de várias instituições de ensino europeias (Universidade Autónoma de Barcelona, Universidade de Trento, Universidade de Ciências Aplicadas – FH Campus Viena, Universidade de Wageningen, Universidade Politécnica de Bucareste e Universidade Técnica e de Ciências de Breslávia).
As aulas on-line permitiram aos alunos aprofundar temáticas variadas (polímeros, biopolímeros, compósitos, caracterização de materiais, tecnologia de polímeros, design, desenho assistido por computador, economia circular, reciclagem, e ciclo de vida sustentável) que lhes serviram de base para a preparação de um projeto que pretende o desenvolvimento de uma embalagem em plásticos sustentáveis para acondicionamento de um ovo, considerando as seguintes etapas design, seleção e preparação de materiais de partida, optimização das condições de processamento, produção, avaliação e, eventual, redesign. Na semana presencial os alunos desenvolveram uma embalagem em plásticos sustentável para um ovo de codorniz.
A escolha do desafio para este programa intensivo, no contexto do trabalho que desenvolvem no DEMaC, foi óbvia? Pensar embalagens sustentáveis em plástico ao invés de o tentar substituir?
Paula Ferreira: A embalagem alimentar é necessário do ponto de vista da proteção física do alimento bem como da sua qualidade de alimentar. O que temos de garantir é que a embalagem é sustentável, isto é, é biodegradável ou provem de materiais reciclados, podendo ser biodegradada rapidamente no ambiente ou ser reciclada a 100%. Temos também que trabalhar para a menor quantidade de material através do desenho sustentável. Há muitos materiais de origem biológica que são desperdiçados diariamente e que podem ser fontes de novos materiais.
Repensar o plástico (para ser mais facilmente reciclado, por exemplo) ou substituí-lo por outros materiais? Especificamente para embalagens de produtos alimentares, qual a opinião da professora?
Paula Ferreira: Como referi, há imensas oportunidades à nossa volta para criar embalagens plásticas sem impacto negativo para o ambiente. Há inúmeras fontes de amido nas indústrias agro-alimentares que podem ser aproveitadas (exemplos, águas de lavagem/descasque de batata, resíduos do descasque do arroz, etc) que podem ser usadas para produzir amido termoplástico que pode ser depois moldado como são alguns dos plásticos comuns de origem sintética. As propriedades de resistência deste amido pode não ser tão boas mas podemos usar outros resíduos como cascas de alimentos, caules de legumes, etc para fortalecer estes plásticos.
Por último: balanço da resposta a este desafio. Alguma das soluções apresentadas poderá ser ‘industrializada’?
Paula Ferreira: Foi muito interessante o interesse dos alunos e mesmo de algumas empresas que nos ajudaram a implementar a atividade presencial (Polivouga e Beeverycreative).
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