Será a “chuva de plástico” a nova chuva ácida?

Microplásticos absorvidos pela atmosfera ameaçam até os habitats mais remotos.

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Imagine uma garrafa de plástico abandonada na natureza. Vai-se decompondo, decompondo, até se fragmentar em micro e nanopartículas que se entranham na terra, vão parar aos rios ou são levadas pelo vento e absorvidas pela atmosfera. Mesmo que caiam de forma quase impercetível, essas partículas acabam por voltar à terra através da chuva e da neve. Parece-lhe impossível?

Um recente estudo publicado pela revista Science apresenta evidências científicas da concentração de partículas de plástico em água da chuva recolhida no oeste dos Estados Unidos. Os números são surpreendentes: calcula-se que todos os anos caiam cerca de 1.000 toneladas de microplásticos em 11 áreas protegidas no território norte-americano, o equivalente a cerca de 120 milhões de garrafas de plástico. A Wired afirma mesmo, logo no título do artigo que serviu de inspiração para esta notícia, que esta “chuva de plástico” é a nova chuva ácida. Por outras palavras, que a ameaça causada pelos microplásticos é tão nociva para os ecossistemas quanto a poluição atmosférica causada pelos combustíveis fósseis – ambas absorvidas pelos solos através da chuva e da neve.

Microplásticos “Aqui, ali e em todo o lado”

“Here, there, and everywhere” (“Aqui, ali e em todo o lado”) é a primeira fase do resumo do artigo científico que apresenta esta questão dos microplásticos que “chovem” sobre nós sem sequer nos apercebermos. “Nenhum lugar está a salvo da poluição plástica”, prossegue a breve apresentação. Os autores mostram que mesmo nas áreas mais isoladas dos EUA, como é o caso de algumas áreas selvagens naturais, se acumulam partículas microplásticas depois de serem transportadas pelo vento e pela chuva. “A maioria dessas partículas de plástico são microfibras sintéticas” usadas essencialmente no fabrico de vestuário. Estes novos dados trazem novamente a debate a questão do impacto dos microplásticos, independentemente de, para já, não haver estudos que provem que afetam a saúde humana. É importante, sim, a reflexão sobre o uso responsável do plástico – como, de resto, tentamos promover nesta plataforma.

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