Se tem cão, já pensou nos saquinhos de plástico que diariamente deita fora?

Conheça o Eco Bags, o projeto que levou cinco jovens portuguesas à final do JA Europe 2020.

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Conheça o Eco Bags, o projeto que levou cinco jovens portuguesas à final do JA Europe 2020.

Educação para o empreendedorismo. A Junior Achievement (JA) é a “maior e mais antiga organização mundial” com este propósito, como descrito na página portuguesa. Inspirando e preparando os mais jovens para competências na área, é através das escolas e de desafios globais que a JA consegue promover programas de formação baseados nos pilares da cidadania, competências para a empregabilidade e literacia financeira. Do 1º ciclo do ensino básico à universidade, a JA consegue chegar a alunos de todos os níveis de ensino. Em Portugal, a ONG conta com parceiros como a Sonae (da qual o Continente faz parte), a EDP, a Fundação Altice, o Grupo Montepio, universidades e municípios.  

Para os jovens entre os 15 e os 21 anos, o desafio é criar uma microempresa, em contexto de aula, identificar um problema do dia-a-dia e pensar numa solução inovadora e sustentável para o resolver. Da turma à escola, depois ao distrito e à competição nacional, as melhores ideias são selecionadas para a competição europeia.

Este ano, em Portugal, foi de cinco alunas do Colégio Marista de Carcavelos que saiu o projeto vencedor, o Eco Bags. Acima de tudo, segundo as próprias, pensaram numa “solução ecológica” para um problema com o qual muita gente se depara diariamente: a utilização de um, dois ou mais sacos de plástico para recolher os dejectos dos animais. Sacos esses que vão diretamente para o lixo comum e que, por essa razão, não serão reciclados.

São cinco jovens empreendedoras e com a consciência de que “como próxima geração, é nosso dever ter estes problemas (ambientais) em conta”

Educação para o empreendedorismo e consciência ambiental desde cedo

Com um percurso comum na área da Economia, as cinco amigas e colegas de turma durante todo o Secundário contam terem sido “motivadas a empreender”, muito graças à professora Glória Reino que acompanhou a turma ao longo dos últimos três anos. É unânime no grupo que muitos alunos no Colégio Marista de Carcavelos não teriam a experiência “de pensar mais além” e de “pôr em prática o que aprendemos nas salas de aula” sem o apoio da docente e do concurso de ideias dinamizado pela JA Portugal.

 “Desde o início a professora Glória nos incentivou a ter em conta a questão da sustentabilidade”, afirmam. A importância de sensibilizar o público para o problema do plástico “esteve sempre presente” na equipa, não só pela educação cívica mas também por saberem que “como próxima geração, é dever ter estes problemas em conta para não cometer os mesmos erros passados”, afirmam unânimes e convictas.

O Ecobags não foi o primeiro projeto que submeteram ao JA Portugal. Durante os três anos de Secundário, tiverem oportunidade de trabalhar projetos para o concurso. “Desde a nossa primeira ideia que estamos ligadas à preocupação com o ambiente”, contam. Começaram por pensar num fato de banho que se pudesse transformar em biquíni, produzido exclusivamente com nylon e poliéster reciclados. “A sustentabilidade é sempre um conceito que está presente quando tentamos criar algo de inovador”, partilham.

Na imagem, o primeiro protótipo Eco Bag que criaram.

Eco Bags de plástico biodegradável

Sobre o projeto Eco Bags, que levou as cinco jovens portuguesas ao concurso europeu de ideias da JA, começamos por perguntar se a ideia surgiu de uma necessidade que identificaram por terem cães:“a ideia surgiu de uma de nós, a Mariana, que tem uma cadela chamada Izis”, contam. “A Mariana, assim como todas nós, é uma pessoa muito preocupada com o ambiente” e de cada vez que passeava Izis, “fazia-lhe ‘comichão’ utilizar/consumir um a dois sacos de plástico de cada vez que ia à rua com a cadelinha”. Em conversa, não foi difícil chegarem à ideia de criar “sacos amigos do ambiente” pensados especificamente para este propósito. O que pensaram trabalhar de forma diferenciada foi que “juntamente com os dejetos dos animais” fosse possível que os sacos “se desfizessem no seu destino final, o aterro”.

Da ideia ao plano, explicam que, depois de definirem o que queriam desenvolver, começaram a fazer pesquisas sobre os materiais que seriam necessários e ambientalmente viáveis, bem como perceber se já existia ou não algo semelhante no mercado. “Percebermos que o nosso produto podia ser muito inovador” e procuraram ajuda especializada para chegar à “composição ideal” para os Eco Bags.

Venceram a edição nacional do JA e representaram Portugal na competição internacional. Ao longo de todo o percurso, foram desenvolvendo competências “muito úteis para aprimorar a ideia”, partilham. O feedback foi muito positivo por parte de jurados e empresas com as quais contactaram, o que as fez “acreditar ainda mais na nossa ideia e nos deu motivação para avançar”.

De um projeto escolar a uma ideia inovadora com potencial – e agora? Sobre o futuro, prestes a ingressarem no ensino superior, o objetivo das cinco jovens é continuar com o Eco Bags. Embora o projeto ainda esteja numa fase inicial, contam com o apoio da JA que as tem “aconselhado bastante” sobre o caminho que devem levar para o projeto. Para já, estão à procura de fábricas que produzam os sacos biodegradáveis e a tentarem registar a patente do produto.

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