As pontas dos cigarros não são biodegradáveis e contêm milhares de substâncias tóxicas. À medida que os filtros se vão decompondo, transformam-se em microplásticos. Se qualquer dia é bom para brincar na areia, as beatas lá enterradas não são propriamente “tesouros” que seja agradável encontrar. Além de partilharmos esta curiosidade, de existir uma efeméride para brincar na areia, aproveitamos para lembrar o problema das beatas de cigarro.
O dia 11 de agosto, “Play in the Sand Day” (Dia Mundial de Brincar na Areia), surgiu nos Estados Unidos da América como data para dinamizar atividades como construções na areia e jogos de praia, como o voleibol, por todo o país. A efeméride foi-se popularizando em outros países, Portugal incluído. Com o problema da poluição das beatas de cigarro, limpezas organizadas podem ser uma das atividades a dinamizar nas praias e em qualquer dia do ano.
3 projetos que procuram combater a praga das beatas nas praias:
Depois de 60 dias a caminhar pelas praias portuguesas para recolher lixo, plástico em especial, o alemão Andreas Noe, mais conhecido por The Trash Traveler, voltou a percorrer a costa portuguesa para despertar consciências relativamente às pontas dos cigarros abandonadas por todo o lado. Na “caminhada pelas beatas” (The Butt Hike), Andreas e a sua comitiva não estiveram só nas praias mas onde acharam que fazia sentido, no litoral, estar com pessoas, abordá-las e envolvê-las em ações.
Juntaram todas as beatas recolhidas para criar peças de arte, sendo que o objetivo principal da iniciativa era mesmo o de sensibilizar para o problema do lixo plástico, neste caso específico das pontas de cigarros, que acabam por prejudicar as espécies no mar e na terra, já que muitos animais as confundem com alimento
Elétrico, eficaz e silencioso: o BeBot é uma promissora solução para limpar os resíduos plásticos das praias. É um robot aspirador pensado para apanhar os resíduos na areia até cerca de 10 centímetros de profundidade, incluindo todas as beatas que se vão enterrando ao longo dos anos.
O Governo Regional da Catalunha está em processo de implementação de uma medida para eliminar as beatas do ambiente – ou, pelo menos, para as reduzir significativamente. Numa notícia publicada a 19 de maio no jornal catalão “El Economista”, anunciou-se uma caução por maço, devolvida se o fumador devolver as beatas – garantindo, assim, que são recolhidas e tratadas como resíduo. A proposta é de 0,20€ por cigarro, o equivalente a uma caução de cerca de 4€ por maço de tabaco.