A camada de ozono e sua relação tóxica com o ser humano
Todos já ouvimos falar dela mas será que sabemos o que realmente é? Como se forma e como protege a vida no planeta? E como a atividade humana está a destruí-la?
A 17 de outubro, Lisboa acolhe, na FIL, um evento internacional dedicado à cadeia de valor dos plásticos.
Dia 17 de outubro, o Plastics Summit – Global Event 2022 promete trazer a Lisboa uma “discussão alargada” e “soluções mais abrangentes e interdisciplinares” não só referentes a toda a cadeia de valor do sector dos plásticos, mas também às de outros sectores.
No final do evento, o objetivo é que seja apresentada uma declaração de compromisso que traduza uma visão comum e ações globais para “criar um ambiente mais sustentável e um futuro circular, onde os plásticos serão parte importante para uma mudança societal”. Fizemos algumas perguntas a Bruno Pereira da Silva, media officer deste evento global promovido pelas associações da indústria do plástico em Portugal (APIP), Espanha (ANAIP), México (ANIPAC) e Brasil (ABIPLAST) e pela ABIEF.
Destaque para o painel dedicado à poluição dos oceanos – as verdadeiras causas, a eficácias das soluções atuais e os desafios para o futuro tendo presente a importância da mudança comportamental.
Qual a importância para o sector de organizar um evento internacional e interdisciplinar com vários stakeholders?
Bruno Pereira da Silva: O Plastics Summit – Global Event 2022 assume-se como um evento internacional e interdisciplinar, o qual pretende desde logo sinalizar Lisboa e Portugal como o centro de debate da temática da sustentabilidade, onde será possível reunir todos os stakeholders no sentido de obter convergência entre as suas diferentes visões e apresentar soluções que sejam abrangentes para toda a cadeia de valor dos plásticos e de outros sectores. Só assim será possível construir um futuro mais sustentável e circular. Para o sector, este evento apresenta-se como mais uma de muitas ações que têm vindo a ser realizadas, tendo como foco a promoção e a consciencialização da cidadania climática tendo como base os pilares da Saúde Planetária, fundamentais para as atuais e futuras gerações.
O evento tem um claro foco na sustentabilidade. O plástico continua a ser ‘demonizado’? Ou é essencial promover a informação?
Bruno Pereira da Silva: Quando falamos de plástico, a sociedade em geral associa-o a um “estigma”, que do meu ponto de vista se encontra relacionado com a falta de perceção de valor que todos nós seres humanos temos deste material que mudou e melhorou a forma como vivemos. O plástico, graças à sua versatilidade e alta eficiência de recursos, tornou-se um material extremamente importante e omnipresente na economia e na nossa vida quotidiana, permitindo ajudar a enfrentar uma série de desafios com que se depara a nossa sociedade.
Desde a sua utilização na produção de componentes para automóveis e aeronaves, onde graças ao seu baixo peso permite poupar combustível e reduzir as emissões de CO2, passando pela sua aplicação como material de isolamento, contribuindo para poupanças nas faturas de energia, até à produção de embalagens de plástico, muito importantes para garantir a segurança dos alimentos e reduzir o desperdício destes. Assim, tornou-se um material extremamente importante para setores como os transportes, a embalagem, a construção civil, a energia renovável, o espaço, o desporto, a saúde e os dispositivos médicos.
Gostaria de realçar o papel da indústria que sempre encarou o “estigma” associado ao plástico por parte da sociedade, não como um problema mas sim como uma oportunidade de melhorar processos, e de desenvolver novos produtos mais sustentáveis, reutilizáveis e recicláveis, contribuindo desde logo para que se no fim de vida os plásticos forem reencaminhados pela sociedade para os locais corretos estes deixem de ser um resíduo e passem a ser uma matéria prima para a produção de novos produtos, numa clara abordagem à economia circular e à simbiose industrial.
Entendemos que é necessário promover a informação, sobretudo baseada em dado científicos, de modo a que a sociedade possa optar sempre pela solução que é verdadeiramente mais sustentável. No entanto, consideramos que a chave está na educação, pois entendemos que a educação é o maior elevador social que a nossa sociedade tem, e só assim poderemos criar as bases para a alteração de comportamentos. Neste ponto gostaria de referir que o Estado tem um papel importante a desempenhar desde logo pelo exemplo que deve dar pela positiva e na definição de programas educativos para as atuais e futuras gerações.
Sobre o painel dos oceanos: quais as principais questões a ‘desmistificar’?
Bruno Pereira da Silva: No que concerne o painel dos oceanos gostaria de referir que cada vez mais se torna fundamental alertar que os oceanos precisam de ser protegidos, 97% da água do nosso planeta está nos oceanos, que é igualmente deste de onde nos são fornecidos alimentos, remédios, recursos energéticos e infinitas outras formas de vida.
Estima-se que 8 milhões de toneladas de lixo por dia chegam aos oceanos por ação do Homem. 80% da poluição marinha tem origem em terra, com consequências desastrosas na biodiversidade marinha. Gostaria de referir que os plásticos são apenas um dos dez 10 principais problemas que afetam os oceanos: sobre-exploração da pesca; captura excessiva de espécies com ciclos de vida longos, tais como alguns tubarões e atuns; aquacultura não sustentável; lixo; aquecimento das águas; poluição; concentrações elevadas de mercúrio; destruição de habitats; obras de engenharia e extração de petróleo; e acidificação dos oceanos e corais.
No entanto, para podermos preservar os oceanos é urgente que possamos aumentar o conhecimento sobre os principais problemas e fontes de poluição atuais, abordar novas questões, evitar novas formas de poluição e consciencializar a mudança de comportamentos tanto coletivos como a nível individual.
Neste painel não queremos desmistificar, mas sim alertar para necessidade da existência de informação e caracterização sistemática e com base científica dos principais problemas marinhos com foco nas soluções para prevenir as suas origens. Debater o desenvolvimento e implementação de ações estratégicas para combater as atuais fontes de lixo marinho, e abordar qual ou quais as melhores estratégias de comunicação e de mudança de comportamentos a adotar.
O que esperar do evento? Ideias para o futuro? Soluções concretas?
Bruno Pereira da Silva: Esperamos desde logo uma grande mobilização de todos os stakeholders, permitindo uma discussão alargada e soluções mais abrangentes e interdisciplinares não só referentes a toda a cadeia de valor do sector dos plásticos, mas também às de outros sectores.
Temos igualmente como objetivo que no final do evento seja apresentada uma declaração de compromisso que traduzirá uma visão e ações globais para criar um ambiente mais sustentável e um futuro circular, onde os plásticos serão parte importante para esta mudança societal.
Para finalizar gostaríamos que o evento fosse capaz de aumentar a consciencialização da nossa sociadade em geral, de que a população global deverá atingir 9,8 bilhões em 2050, pelo que seremos mais, viveremos mais e precisaremos de mais bens, onde o aumento do uso de recursos, incluindo o plástico será inevitável, pelo que teremos de ter melhores leis, produtos, sistemas de gestão de resíduos e sobretudo melhores comportamentos, onde reduzir, reutilizar e reciclar, deverá ser o nosso lema.
O planeta terra, tem recursos que não são ilimitados, pelo que a adoção de um modelo económico que promova a circularidade dos recursos e a simbiose industrial será fundamental para garantir que a casa comum onde vivemos não seja só nossa, mas também das gerações futuras.
Bruno Pereira da Silva, media officer do Plastics Summit – Global Event 2022
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