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Mão Verde II é disco, é livro e é uma referência pedagógica para os temas do Ambiente.
O segundo álbum Mão Verde, lançado em março de 2022, é um disco para crianças e é também um livro. Com letras de Capicua e música de Pedro Geraldes, António Serginho e Francisca Cortesão, as ilustrações são de Mantraste.
Na génese do projeto, um especial cuidado em trazer a cada canção um tema relevante para os mais novos. O próprio nome Mão Verde nasce da expressão francesa “avoir la main verte”, que significa “ter jeito para as plantas e talento para a jardinagem”. A explicação, disponível no website, esclarece que o próprio nome “é uma celebração desse cuidado”, com “uma clara motivação ecologista” para despertar a atenção “para o universo verde que nos rodeia”.
Tomamos a liberdade de transcrever a letra da música “Plástico não é plâncton” que – tal como todo o álbum, escrito com a destreza da escolha minuciosa de palavras de Capicua -, é um texto educativo e completo, neste caso sobre o problema da poluição por plástico.
Fica a sugestão de fazer um karaoke com os mais novos e explorar todo o álbum Mão Verde II.
“Plástico não é plâncton”
Álbum: Mão Verde II (2022)
Letra e Voz: Capicua
Música: Pedro Geraldes, Francisca Cortesão e António Serginho
Mistura: Nelson Carvalho / Masterização: Mário Barreiros
Ilustração: Mantraste
Plástico não é plâncton, é prático mas não é bom,
para o peixe ou para o homem, o plástico ninguém come.
Plástico não é plâncton, é prático mas não é bom,
do Ártico ao Antártico é tóxico e consome.
Um carrinho de linha, uma tampa e uma caneta,
garrafas vazias, uma bóia e uma boneca, a bola do lixo engolida pela raia.
Um monte de lixo espalhado pela praia,
um botão, uma palhinha, sacos e redes de pesca,
uma escova de dentes, balões e confetes de festa,
novelo de lixo vomitado pelo mar
pedaço de lixo para o peixe se engasgar.
Micropartículas, capas de plástico, sopa de lixo atinge o meio aquático,
coisas minúsculas, mais embalagens, e o poliéster que se solta nas lavagens.
Plástico não é plâncton, é prático mas não é bom,
para o peixe ou para o homem, o plástico ninguém come.
Plástico não é plâncton, é prático mas não é bom,
do Ártico ao Antártico, é tóxico e consome.
Um chinelo, toalhitas, um gancho, uma cotonete
e até um regador e uma tampa de retrete.
É bola de lixo na barriga da baleia,
é monte de lixo misturado com areia.
Uma galocha velha e uma luva de borracha,
esferovite, corda, uma chupeta e uma caixa.
Novelo de lixo que é levado na corrente,
pedaço de lixo que deixa o peixe doente.
É indestrutível, não descartável, vai ser difícil mas é reciclável.
E reduzindo para que seja muito menos,
com regras e recolha sei que juntos venceremos.
Plástico não é plâncton, é prático mas não é bom,
para o peixe ou para o homem, o plástico ninguém come.
Plástico não é plâncton, é prático mas não é bom,
do Ártico ao Antártico é tóxico e consome.
O plástico de ontem será o que os peixes comem,
e do peixe para o homem estará no prato amanhã.
A barriga do peixe será a nossa barriga
dentro da barriga Terra que é nossa anfitriã.
Do Ártico ao Antártico, plástico não é plâncton,
do Índico ao Atlântico, plástico não é plâncton.
E âmago do Pacífico, plástico não é plâncton,
ficam as ilhas de lixo, onde plástico não é plâncton.
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