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Mas, afinal, sabe o que são espécies autóctones portuguesas? E por que importa protegê-las?
Estamos na altura do ano em que as condições climatéricas são as mais favoráveis para se proceder à sementeira ou à plantação de árvores, tanto em Portugal como em Espanha. Foi por esta razão que o 23 de novembro foi simbolicamente escolhido para assinalar o Dia da Floresta Autóctone, e promover assim a importância da conservação das nossas florestas naturais. Mas, afinal, sabe o que são espécies autóctones portuguesas? E por que importa protegê-las?
No que se trata de vegetação, autóctones são as espécies originárias de uma determinada região. Ou seja, as que surgiram naturalmente, associadas a um ecossistema que apresenta as características ideais, em termos de água, solo e sol, para que essa espécie se desenvolvesse sem qualquer intervenção do ser humano.
Devido precisamente à atividade humana, que tem provocado o desmatamento de florestas para fins agropecuários ou para a produção de bens, a utilização de pesticidas, a introdução de espécies em habitats onde não pertencem – afetando o seu próprio desenvolvimento e o das plantas que ali pertencem -, entre outros fatores, assistimos a uma degradação da biodiversidade, que nos coloca cada vez mais expostos a catástrofes naturais (incêndios, cheias). Neste cenário, estamos a contribuir também para a extinção de muitos animais.
Segundo o programa Floresta Comum, de fomento e incentivo à criação de uma floresta autóctone, foi a designada “Época dos Descobrimentos” que abriu caminho para a “exploração e declínio das florestas europeias, incluindo de Portugal”. Antes disso, Portugal Continental estava coberto de floresta. No entanto, nessa altura, para a construção naval, começaram a ser utilizadas em massa espécies de carvalho (azinheira, sobreiro e carvalho de folha caduca), cujo abate foi mais tarde proibido, para sua regeneração.
De acordo com o Floresta Comum, “para cada nau eram necessários entre dois mil a quatro mil carvalhos” e, durante a descoberta do caminho marítimo para a Índia, foram construídas “cerca de 800 naus”. Na viagem de Pedro Álvares Cabral para o Brasil, “cerca de 500”. Por conseguinte, o urso, por exemplo, foi um dos animais que se extinguiu, nessa época, em Portugal. Hoje, Portugal enfrenta ainda o problema de ter uma grande área coberta por eucaliptos.
Segundo o programa Floresta Comum, “as florestas autóctones são maioritariamente mal geridas, incrementando a sua suscetibilidade a ameaças por incêndios, pragas, doenças, invasões por espécies exóticas e sujeitas a cortes prematuros e desordenados”. No seu desígnio de restituir a floresta autóctone portuguesa, o movimento Floresta Comum, que resulta de uma parceria entre a QUERCUS, o ICNF e a ANMP, já promoveu a plantação de mais de 1,4 milhões de árvores e a recolha de mais de 111 milhões de rolhas.
Ao aprender a manobrar a terra, ao longo dos tempos o ser humano foi usando a biodiversidade para seu bel-prazer, transferindo espécies dos seus lugares originais e plantando-as em outros locais, ao mesmo tempo que se encarregava de controlar a rega e outros aspetos essenciais para a sobrevivência das mesmas.
Esta “globalização” das espécies contribuiu por um lado para a alimentação e consequente desenvolvimento da espécie humana. No entanto, chegamos a um ponto em que a agricultura intensiva e o cultivo de monoculturas, com apenas uma espécie presente num grande terreno, está a comprometer a fertilidade dos solos. E, para o ser humano, esta situação por representar um verdadeiro “tiro a sair pela culatra” e, aos poucos, causar a escassez de alimentos.
É por isso essencial, para nossa sobrevivência e de todos os animais e plantas do planeta, investirmos em espécies autóctones, pois estas trazem-nos vantagens como:
Algumas espécies autóctones portuguesas são: o Carvalho, o Sobreiro, Loureiro, o Amieiro, o Pinheiro Manso, o Azevinho e o Medronheiro.
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