“O design biofílico faz com que as pessoas adotem comportamentos mais sustentáveis”
Falamos com Daniela Rodriguez, fundadora da Forest Homes, para perceber o que é a biofilia e que benefícios traz para o nosso ambiente
Progressos que nos inspiram e nos fazem acreditar que ainda é possível salvar o nosso planeta
O fim de ano é também tempo de esperança, de recordar bons momentos e de projeção de um futuro melhor. No que toca à sustentabilidade do planeta, a urgência climática faz com que nos foquemos nos desastres ambientais e nos esqueçamos por um momento das boas notícias. Ainda que sejam pequenos passos, são progressos que nos inspiram e nos fazem acreditar que ainda é possível salvar o nosso planeta.
Por isso, destacamos aqui algumas das boas notícias que 2024 nos trouxe:
Este ano, a NASA deu conta de que o buraco da camada de ozono está consideravelmente menor que em anos anteriores. É o sétimo menor registado desde 1992, quando se deu início à recuperação através das medidas de eliminação de produtos químicos definidas no Protocolo de Montreal. Desde o início dos anos 2000, este ano o buraco atingiu a sua menor dimensão registada.
A maior extensão detetada no buraco na camada de ozono — de 28,4 milhões de quilómetros quadrados — registou-se em setembro de 2000. Esta área equivale a quase sete vezes o território da UE. Em 2024, a maior extensão do buraco foi registada a 28 de setembro, quando o buraco atingiu os 22,4 milhões de quilómetros quadrados.
Assim, a NASA e outros organismos oficiais preveem que a camada de ozono feche completamente até 2066.
Recentemente a World Wildlife Fund (WWF) – organização internacional focada na preservação da vida selvagem – lançou um relatório em que partilha as descobertas de um estudo de campo realizado entre 2013 e 2023. Os resultados são surpreendentes, já que vivemos um momento em que a acelerada desflorestação, a poluição e os fenómenos provocados pelas alterações climáticas representam graves ameaças à evolução das populações de animais.
Assim, num relatório intitulado “Nova Vida na Bacia do Congo: Uma Década de Descobertas de Espécies”, a WWF detalha as descobertas de 742 novas espécies na Bacia do Congo, a segunda maior floresta tropical e bacia hidrográfica do mundo.
“É com agrado que apresento este relatório, que investiga a notável biodiversidade da Bacia do Congo – uma região vasta e ecologicamente diversificada que abrange os países dos Camarões, a República Centro-Africana, a República Democrática do Congo, a Guiné Equatorial, o Gabão e a República do Congo”, escreveu Martin Kabaluapa, diretor regional da WWF para a Bacia do Congo no prefácio deste estudo.
Cada vez há mais alternativas a serem desenvolvidas para substituir o plástico. Materiais produzidos de forma orgânica e, por isso, biodegradáveis, que permitam travar a contaminação de solos e oceanos, que o plástico está a provocar no mundo, causando doenças e mortes de animais e humanos.
Este ano, uma inovação destacou-se: um novo material feito de cevada e beterraba, desenvolvido por investigadores da Universidade de Copenhaga. Esta alternativa ao plástico é produzida com matéria vegetal natural e que poderá chegar em breve ao mercado através de embalagens de alimentos, por exemplo, entre muitas outras aplicações.
Graças a um trabalho conjunto entre Portugal e Espanha, em 2024 o lince-ibérico (Lynx pardinus) deixou de estar em perigo e passou a ter estatuto de conservação melhorado.
Há mais de 20 anos que o lince-ibérico estava classificado como “criticamente ameaçado”, registando-se apenas 62 indivíduos adultos em 2001. Agora, a espécie passou para a categoria “vulnerável” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Os esforços de conservação, reintrodução em habitats naturais e controle de ameaças, como a perda de habitat e a caça, levados a cabo pelos governos português e espanhol permitiram um aumento exponencial da população nas últimas décadas. Em 2023, superou-se a barreira dos 2 000 linces-ibéricos na Península Ibérica, dos quais 291 em Portugal, segundo dados do Governo Português.
Do outro lado do Atlântico, no Brasil, os morcegos Eptesicus taddeii perderam também estatuto de espécie ameaçada, devido à descoberta de áreas de distribuição mais amplas protegidas por unidades de conservação.
Estas são notícias que mostram como os projetos de conservação são essenciais contra a perda de biodiversidade do planeta.
Os primeiros sete meses do ano ficam marcados por uma acentuada descida da produção de eletricidade fóssil. Registou-se uma redução de mais de 15% na produção de eletricidade fóssil em Portugal, face ao ano anterior. Uma queda alavancada sobretudo pela diminuição da utilização de gás natural e crescimento da energia hídrica, que agora representa 38,3% da eletricidade consumida no país.
Entre janeiro e julho, as energias renováveis contribuíram em mais de 83% os 28 458 GWh de eletricidade gerados em Portugal Continental. O valor representa um aumento de 14,2 pontos percentuais, em comparação com o mesmo período de 2023.
Portugal apresenta assim um dos rácios atuais mais elevados da Europa no que diz respeito às energias renováveis, sendo a energia eólica a mais utilizada no país.
A Mata Nacional do Bussaco já era considerada Monumento Nacional, mas este ano passou a ser reconhecida internacionalmente. Localizada no Luso, concelho da Mealhada, a Mata apresenta uma histórica botânica de quase 400 anos, entre espécies endógenas e exóticas. Esta riqueza faz deste lugar com 105 hectares um templo protegido, cheio de história natural e com benefícios para a saúde pública.
Por esta razão, o Gabinete Internacional de Certificação de Florestas Terapêuticas decidiu atribuir a certificação de “floresta terapéutica” à Mata Nacional, que passa assim a ser a primeira na Península Ibérica a ostentar este título. Desta forma, reconhece-se o esforço de preservação que tem sido feito neste local.
Estas são algumas das notícias que nos fazem acreditar que as mudanças de hábitos e medidas de conservação do planeta têm um real impacto positivo. E que cada pequeno gesto nos ajuda a projetar um futuro melhor.
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