Há quem sugira a cimeira que decorreu nos últimos dias de novembro no Uruguai foi uma tentativa de chegar a uma espécie de Acordo de Paris especificamente para travar a poluição por plástico. Até 2040, espera-se consenso entre os 193 países representados no Comité Intergovernamental de Negociação (INC) da ONU que continuará em trabalhos até ao final de 2024.
Um tratado global para os plásticos
O que está em discussão no âmbito do INC é um tratado global sobre a poluição por plástico. Ou melhor, medidas que limite, a produção de mais plástico como forma de evitar a poluição, muito embora alguns países presentes nas negociações acreditem na possibilidade de eliminar totalmente o lixo plástico até 2040.
Em março, os estados-membros das Nações Unidas reuniram-se no Quénia para a 5ª Assembleia da ONU para o Ambiente, na qual foi definido este comité intergovernamental que deverá redigir um tratado global para as questões do plástico.
Jyoti Mathur-Filipp, do secretariado do INC, afirmou à Reuters que é possível “lançar as bases necessárias para implementar uma abordagem de ciclo de vida à poluição plástica”, o que contribuiria significativamente para “pôr fim à crise planetária tripla das alterações climáticas, da perda da natureza e da biodiversidade, e da poluição e dos resíduos”.
Países como o Canadá, a Geórgia e o Reino Unido defenderam publicamente que um tratado assim deverá incluir “obrigações globais vinculativas para todo o ciclo de vida dos plásticos – incluindo a produção”, para que seja, efetivamente possível acabar com a poluição por plástico até 2040, como proposto.
A diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, frisou ainda o facto de sermos “muito dependentes do plástico: todos temos em casa, é um produto útil, precisamos dele”, pelo que a posição do comité não é necessariamente contra o plástico, mas sim “contra o plástico no ambiente. A ideia é que, uma vez extraído o petróleo da nossa terra, usamos, guardamos na economia”.