Greta Thunberg, embaixadora do planeta

Se não sabe ao certo quem é Greta Thunberg, de certeza que já ouviu falar de uma jovem sueca que conseguiu mobilizar milhares de jovens numa luta global pelo futuro do nosso planeta.

Se não sabe ao certo quem é Greta Thunberg, de certeza que já ouviu falar de uma jovem sueca que conseguiu mobilizar milhares de jovens, um pouco por todo o mundo, numa luta global pelo futuro do nosso planeta.

Anders Hellberg, CC Wikimedia Commons

#Climatejusticenow: numa tradução livre, um apelo urgente à justiça climática. Esta luta global, que ganhou um novo fôlego com a jovem sueca Gruta Thunberg, tem sido replicada por todo o mundo e pede intervenção imediata e efetiva pelo futuro do planeta.

Sem papas na língua, Greta Thunberg, de 16 anos, não hesita em dizer o que pensa: talvez por consequência da síndrome que lhe foi diagnosticada (Asperger, do espectro do Autismo), o interesse sobre o tema das Alterações Climáticas tornou-se numa obsessão (uma das manifestações mais comuns da doença é a fixação sobre determinado tema). Apesar de assumir algumas dificuldades no que respeita às relações sociais, quando se trata de defender a causa ambiental Greta faz-se ouvir. E de que maneira.

O interesse pela preservação do planeta surgiu aos 11 anos, com a genuína preocupação de uma criança: na escola, os professores falaram-lhe dos recursos naturais que se estão a esgotar, do desaparecimento de espécies e do comprometido futuro do planeta. Greta entrou em depressão. A questão é simples e dura – como é possível que não se fale sobre o assunto? Se o planeta está a morrer, é preciso agir urgentemente.

Greta Thunberg começou por se manifestar localmente, faltando às aulas um dia por semana até os políticos do seu país a ouvirem. Todas as sextas, durante semanas, Greta Thunberg esperou sentada à frente do parlamento sueco. “Faltar às aulas não é relevante perante a gravidade do problema” foi um dos argumentos que sustentou a sua convicção, apoiada pela família. Finalmente foi ouvida e, depois das autoridades suecas, pelo mundo: foi convidada a discursar na Cimeira do Clima das Nações Unidas e teve uma intervenção arrebatadora.

COP24: Foi a cimeira sobre Alterações Climáticas mais importante desde o estabelecimento do Acordo de Paris, em 2015. Representantes dos países das Nações Unidas reuniram-se em Katowice, na Polónia, para discutir três tópicos decisivos: a aplicação dos termos do Acordo de Paris, a redução dos gases com efeito de estufa e o financiamento dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento.

“Esgotaram as desculpas e estamos a ficar sem tempo. Estamos aqui para vos dizer que a mudança está a chegar, quer queiram quer não. O verdadeiro poder pertence às pessoas.”

A frontalidade com que a jovem Greta Thunberg falou perante os representantes dos maiores líderes mundiais despertou a atenção para a gravidade do problema, mas, citando a intervenção:

“Até começarem a concentrar-se no que é preciso fazer, mais do que no que é politicamente viável, não haverá esperança. Não se resolve uma crise sem a tratar como crise. Precisamos de deixar os combustíveis fósseis no subsolo, e temos de pôr a tónica na equidade. E se as soluções dentro do sistema são tão impossíveis de encontrar, talvez tenhamos de mudar o próprio sistema. Não estamos aqui para implorar aos líderes mundiais que cuidem. Ignoraram-nos no passado e voltarão a ignorar-nos.”

Greta Thunberg tem mobilizado milhares de pessoas para a causa, especialmente os jovens que, um pouco por todo o mundo, têm seguido o exemplo da jovem sueca e se têm feito ouvir. Está nomeada para o Prémio Nobel da Paz pelo “gigantesco movimento que pôs em acção”, defende o júri que a indicou.

Uma coisa certa: ainda vamos ouvir falar muito de Greta Thunberg.

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