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Iniciativas pretendem sensibilizar os consumidores para uma maior consciência ambiental na hora de aproveitar os descontos da “Black Friday”
Foi a pensar em todos os que querem contribuir para a preservação dos oceanos, mas não sabem por onde começar, que surgiu a SeaTheFuture
Representam o maior ecossistema do planeta Terra e o maior sequestrador de carbono da atmosfera. Os oceanos são o nosso principal aliado no combate às alterações climáticas. No entanto, enfrentam severas ameaças, sobretudo de origem humana.
É neste contexto que surge a startup portuguesa SeaTheFuture. Criado dentro do ecossistema do Oceanário de Lisboa, este projeto oferece uma plataforma online onde podemos encontrar diferentes projetos de conservação dos oceanos, a acontecer em todo o mundo, e participar com doações. Tem ainda a missão de informar aqueles que contribuem, com transparência, sobre os progressos dos projetos de conservação que apoiam.
Em vias de comemorar o seu primeiro aniversário, a SeaTheFuture cedeu-nos uma entrevista, pela voz de Assunção Loureiro, Managing Director, na qual explica o trabalho desenvolvido até agora e os planos para futuro daquela que é a primeira solução global de crowdsaving que liga iniciativas em todo o mundo à sociedade civil, entidades e empresas para preservação dos oceanos.
O modelo da SeaTheFuture tem por base duas formas de angariação de fundos – os donativos diretos e o vestuário ecológico.
No que respeita aos donativos diretos, 85% do montante é diretamente transferido para o projeto de conservação escolhido, sendo a restante percentagem aplicada na viabilidade e operacionalização da plataforma, na amplificação das mensagens e comunicação dos projetos.
Já o vestuário, que cumpre com uma rigorosa avaliação do seu ciclo de vida, é também um manifesto e uma forma de as pessoas declararem, com o que vestem, a sua paixão pelo oceano. [as t-shirts e os hoodies sustentáveis estão à disponíveis em seathefuture.eu]
Este é o modelo base mas a parte que mais nos entusiasma é a infinidade de soluções, campanhas e iniciativas que é possível desenvolver com a SeaTheFuture. Estamos sistematicamente a ter ideias de como envolver as pessoas e as empresas, que também nos desafiam e começam a acordar para a temática do oceano. Temos participado em muitas conversas e conferências, nacionais e internacionais, estamos a co-criar com empresas e marcas para desenvolver novas formas de chegar aos seus colaboradores, clientes e sociedade civil.
Em vésperas de comemorar um ano de atividade (passa a correr!), estamos muito entusiasmados com a adesão à nossa proposta. Quando mostramos a plataforma e damos a conhecer os projetos e as pessoas que estão, sob condições muitíssimo adversas, literalmente a salvar o Planeta, pessoas e empresas querem fazer parte! Adicionalmente, há também a confiança que o modelo SeaTheFuture passa em termos de transparência e ética financeiras, muito importante para o seu crescimento.
A participação é muito simples. É apenas preciso acesso à internet e vontade de contribuir! É entrar em www.seathefuture.eu, escolher o projeto ou os projetos que mais gostam e que querem apoiar, e escolher se preferem comprar uma das nossas t-shirts ou hoodies sustentáveis ou doar determinado valor e fazê-lo. Dessa forma, estarão a apoiar a missão do projeto em causa, e o programa específico que está em curso – e que pode ser a aquisição de equipamento, o treino de voluntários, trabalho de pesquisa, entre outros. Assim, conseguiremos sempre ser fiéis ao nosso compromisso com a transparência e rastreabilidade dos fundos angariados. E quem doa sabe exatamente para o que está a contribuir.
Os donativos podem ser pontuais ou mensais, como as pessoas preferirem. Os meios de pagamento disponíveis são os mais comuns online e introduzimos recentemente as opções MbWay e Refª MB para Portugal.
Um ponto importante para nós é, precisamente, não haver montantes mínimos. Cada um contribui com aquilo que quer e com aquilo que pode. Acreditamos no poder da comunidade, de sermos muitos e de juntos conseguirmos coisas incríveis. Repetidas vezes falamos no impacto de 1 milhão de pessoas a doarem apenas 5 euros por mês. Seriam (serão?!) 5 milhões de euros para a conservação marinha mensalmente. Só para termos uma referência, apenas na Europa somos mais de 450 milhões de pessoas…
Para além das pessoas, as empresas e organizações podem e têm um papel crucial neste movimento. E podemos estar a falar de gestos tão simples como a doação – por exemplo através de iniciativas que envolvam os próprios colaboradores – de um montante por colaborador em determinada época ou efeméride ou da conceção de ações e campanhas conjuntas, com maior envolvimento com projetos específicos.
A SeaTheFuture nasce no Oceanário de Lisboa que, como aquário de referência, faz um trabalho incrível a vários níveis. Em particular, no que toca à conservação do oceano.
Face à galopante aceleração das alterações climáticas e às crescentes necessidades de proteger espécies e restaurar ecossistemas chave em todo o mundo, sentimos que havia não só uma oportunidade, como também uma necessidade, de criar uma solução fácil, transparente e eficiente para apoiar projetos de conservação marinha de impacto comprovado a nível global.
Por um lado, oferecemos às pessoas a garantia de que os projetos que decidem apoiar são relevantes e de impacto comprovado na salvaguarda de determinada espécie ou habitat, bem como a possibilidade de acompanharem a evolução do projeto e, simultaneamente, rastrearem o seu dinheiro e onde está a ser aplicado.
Por outro lado, oferecemos aos projetos que integram a nossa plataforma, não só uma fonte de receita adicional, mas também visibilidade adicional e capacidade de chegar a pessoas que, de outra forma, seria difícil impactarem.
Sabemos que são o maior ecossistema do planeta, que acolhem (segundo a UNESCO Ocean Literacy) 94% das espécies existentes na Terra, que apenas conhecemos cerca de 5% da sua biodiversidade, que são o maior sequestrador de carbono da atmosfera, sabemos que são, no limite, o nosso maior aliado no combate às alterações climáticas. Entre tantos outros factos.
No entanto, sabemos também que continua a haver um enorme fosso “entre o que já se sabe” e o que “as pessoas sabem”. Não apenas no nosso país, mas a nível global. Há uma lacuna considerável em termos de literacia azul, no que respeita à importância do oceano para a saúde do planeta e da humanidade.
E, este desconhecimento, aliado à sua dimensão e à sua intangibilidade, fazem com que o oceano esteja severamente ameaçado por inúmeras causas, maioritariamente de origem humana – como a poluição, o aquecimento, a acidificação, a sobrepesca, a destruição de habitats, entre tantas outras.
Em relação às espécies ou habitats mais ameaçados, a nossa parceria com a IUCN SSC (Comissão para a Sobrevivência das Espécies da União Internacional para a Conservação da Natureza), enquanto entidade que define quais as espécies e habitats mais ameaçados a nível internacional, ajuda-nos a garantir que vamos endereçar as espécies e habitats em maior perigo de extinção ou vulnerabilidade.
Esta é uma excelente pergunta pois é um sistema que requer um grande zelo por parte da nossa equipa de conservação, que faz um trabalho exaustivo de curadoria. A inserção de projetos na plataforma requer um processo de seleção, certificado pela SGS, composto por oito critérios que vão desde a capacitação das comunidades locais, até à melhoria das políticas, viabilidade a longo prazo, entre outros. Isto garante que todos os projetos que figuram no SeaTheFuture cumprem normas rigorosas de eficácia e impacto, apoiando uma escolha informada por parte dos doadores e investidores na conservação do oceano.
A submissão proactiva das candidaturas dos projetos demora cerca de 15 a 20 minutos, enquanto que a avaliação pode demorar um pouco mais, mas é um processo muito importante para estabelecer a confiança da comunidade ligada à SeaTheFuture.
Os projetos que estão há mais tempo na plataforma são aqueles que estão mais próximos de terminar as campanhas atualmente em curso: o Programa Tatô, em S. Tomé e Príncipe, que se dedica à proteção das tartarugas marinhas, e o SharkCam, na Malásia, dedicado a proteger várias espécies de tubarões e raias na região.
No entanto, todos os projetos têm já algum montante angariado, facto de que muito nos orgulhamos – apesar de sabermos que estamos agora a entrar na fase de crescimento, em que seguramente conseguiremos ganhar mais tração e apoiar de forma mais rápida e consistente todos os projetos que fazem parte da SeaTheFuture.
Acima de tudo queremos consolidar a nossa posição enquanto proposta inovadora que vem preencher uma lacuna na área da conservação, habitualmente formada por ONGs, Fundações e Academia. Acreditamos que o modelo da SeaTheFuture funciona e que a conservação pode gerar recursos e autossustentar-se, em vez de apenas os consumir, como numa economia linear.
Neste sentido, em 2024, queremos completar pelo menos as 9 campanhas atualmente em curso para os 9 projetos que apoiamos. Para tal, vamos apostar em mercados europeus onde há maior predisposição e maturidade em matéria de sustentabilidade e de comportamentos de consumo mais responsáveis, com uma cultura de filantropia mais transversal e também maior disponibilidade (financeira) para agir.
A longo prazo, queremos tornar-nos na maior plataforma de apoio à conservação e proteção do oceano e da sua biodiversidade, através do apoio a iniciativas concretas, de impacto comprovado, em todo o mundo.
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