No videocast da MC sobre a eficiência energética nas lojas Continente, Valter Freitas, da Direção de Conceção de loja da MC e Carlos Sampaio da Elergone Energia (marca Sonae) falaram sobre algumas das estratégias que estão a ser implementadas. 

Dos projetos à conceção 

“A questão da eficiência e a questão da melhoria contínua é uma constante e faz parte da nossa jornada de trabalho”, começa por explicar Valter Freitas. Desde a idealização dos projetos à sua conceção, há o cuidado de “pensar de forma interdisciplinar e transversal a todas as direções da empresa”. 

Nas remodelações, por exemplo, há impactos que são imediatos. Em projetos maiores, estruturantes, pensados de raíz, é essencial a articulação com a equipa de Carlos Sampaio, diretor da Elergone Energia, a empresa do grupo Sonae dedicada à prestação de serviços que visam a sustentabilidade energética. Com tantas lojas, o impacto geral, em ambos os casos, é gigante. 

Como tem sido tratada, na prática, a gestão energética?

Carlos Sampaio dá o exemplo da substituição de todas as lâmpadas das lojas, já em 2009/2010, por lâmpadas florescentes Eco, mais eficientes, que permitiram, na altura, uma poupança de cerca de 20%. Depois surgiram as lâmpadas LED e procedeu-se novamente à substituição da iluminação em todas as lojas Continente, Continente Modelo e Bom Dia, “o que nos permite chegar a 2023 com iluminação 100% LED”, assegura. 

E há outros exemplos práticos, como os expositores de frio com portas – o Continente foi pioneiro neste tipo de equipamento que permite uma gestão energética mais eficiente. 

Nos últimos anos, partilha Carlos, o trabalho nesta área da energia tem sido desenvolvido em duas vertentes principais: na eficiência dos equipamentos e eficiência do ponto de vista do controlo. A iluminação é, novamente, usada como exemplo: é possível controlar a intensidade e horários de funcionamento das luzes em todas as lojas, de acordo com as necessidades.

Energia e descarbonização 

Energia e descarbonização parecem conceitos algo abstratos ou difíceis de explicar mas é novamente Carlos Sampaio que arrisca esclarecer que a receita (certa) está na junção dessas duas grandes variáveis, eficiência energética e sustentabilidade. “Queremos simplificar a equação”, composta, fundamentalmente, por três grandes ingredientes. 

1. Eficiência
2. Eletrificação (ou seja, tentar reduzir ao máximo o consumo de energia de origem fóssil e eletrificar a mobilidade, nos fornos trocar o gás pela eletricidade, e substituir as caldeiras a gás para bombas de calor, por ex.)
3. Produção de energia da forma mais sustentável possível através de centrais fotovoltaicas. 

Que medidas têm sido implementadas?

Nas lojas Bom Dia, o objetivo principal do desenvolvimento do novo conceito de edifício era “tornar os edifícios eco-friendly”, relembra Valter Freitas. “Desenvolver um edifício desta forma, é logo de início”, e através “da forma como pensamos a implementação e a implantação do edifício, a forma como ele se pousa no meio e no terreno em que está inserido, com o menor sacrifício possível para o terreno e para as cotas naturais do terreno”. 

Eco-friendly: numa tradução livre, a expressão traduz algo “amigo do meio ambiente”. Ou seja, tudo aquilo o que não causar danos ou que não tiver impactos negativos no ambiente é ‘eco-friendly’.

“Trabalhar os envidraçados – o volume e a forma – para que correspondam claramente à função e para que cumpram da forma mais eficiente e mais correta todos os fluxos energéticos”, foram algumas das ideias partilhadas por Valter Freitas. Materiais mais sustentáveis, mais duradouros no seu ciclo de vida, mais claros – materiais que refletem e que não obrigam a utilização da luz de uma forma tão intensiva como faziam. 

Sustentabilidade e eficiência a longo prazo

Modelos estandardizados que permitem criar modelos estanques permitem também simplificar os processos ao longo do desenvolvimento e construção da obra: desenhar, projetar a implementação e a construção resulta, num ciclo de vida mais longo e mais eficiente energeticamente.

Mobilidade elétrica

No que respeita à mobilidade elétrica, a MC tem uma visão bastante ampla: “Quando nós olhamos para o ecossistema loja, percebemos que temos um conjunto de atores”. Clientes, colaboradores, serviços de entregas são alguns desses atores, pelo que foi criada uma rede que responde às necessidades de todos, a rede Plug & Charge.

O desafio e, ao mesmo tempo, o compromisso que a MC assumiu no que respeita à eficiência energética é uma procura contínua, de evolução, para que seja possível um verdadeiro equilíbrio entre as necessidades energéticas, a produção sustentável e o consumo responsável.