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Marca nacional faz sapatilhas e agora máscaras com plástico recolhido nos oceanos.
Marca nacional faz sapatilhas e agora máscaras com plástico recolhido nos oceanos.
Já ouviu falar da Skizo, a marca nacional que transforma plástico recolhido no oceano em sapatilhas? Já falamos do projeto num artigo sobre startups nacionais que estavam a dar os primeiros passos na criação de calçado feito a partir de materiais reciclados. A Skizo by ircycle foi caminhando em direção ao futuro, com uma recente aposta no presente que vivemos: está a produzir máscaras sociais a partir de garrafas de plástico recicladas. Fizemos algumas perguntas aos fundadores André Facote e Andreia Coutinho a propósito deste recente desafio.
Um ‘dois em um’ com impacto ambiental e social
Celebrar um ano de vida com o início de uma pandemia não era propriamente o que os criadores da Skizo tinham imaginado. O mundo parou e a produção de calçado também, ainda por cima as sapatilhas da Skizo são feitas no concelho de Ovar, um dos mais afetados pela covid-19 em Portugal. “Tivemos que nos reinventar”, conta Andreia Coutinho. A ideia de produzir máscaras sociais surgiu quase como “um dever e uma obrigação em continuarmos com a nossa recolha de plástico”. Já transformavam o plástico recolhido nos oceanos em matéria têxtil, com a produção de máscaras puderam “aliar o impacto ambiental ao social”, explica Andreia, “ajudando costureiras e ex-costureiras cujas economias e trabalhos tinham sido afetados pelo confinamento”.
Com a mesma base de plástico reciclado, a equipa da Skizo teve de desenvolver o têxtil do calçado de forma a que pudesse ser utilizado na produção de máscaras sociais compatíveis com as orientações da DGS. “Uma vez testado e desenvolvido o nosso têxtil, pedimos a certificação do material” para que começassem então a produção e comercialização.
. Máscaras sociais feitas com plástico reciclado recolhido do Oceano por pescadores; . Certificadas pelo CITEVE; . Produzidas artesanalmente por costureiras; . Uma máscara = 2 garrafas de plástico |
Quando criaram os primeiros protótipos, Andreia foi testando os modelos para que primassem não só pela segurança mas também pelo conforto. Procuraram que o modelo fosse anatómico e com um elevado grau de respirabilidade e de retenção de partículas. Um dos critérios do CITEVE, uma das entidades que certifica este tipo de equipamento de proteção, é que as máscaras “têm de apresentar no mínimo 70% de retenção de partículas”, conforme explicado por Andreia Coutinho. As máscaras da Skizo provaram reter 74% das partículas e é possível ainda acrescentar um filtro para aumentar a capacidade de retenção. Quanto à respirabilidade, as normas admitem um mínimo de 8 litros por minuto e as máscaras da Skizo 34 litros por minuto, o que as torna “super respiráveis ao mesmo tempo que retêm as partículas”, assegura a co-fundadora da marca.
O plástico reciclado não levantou qualquer problema na certificação do produto, “uma vez que aquando da transformação do plástico em têxtil, ele é equiparado a poliéster reciclado”, explicou Andreia, “e no caso das máscaras, optamos por misturar 44% de algodão orgânico aos 56% de plástico reciclado recolhido do oceano”.
Em poucos dias, receberam centenas de encomendas de máscaras sociais e o feedback dos utilizadores tem sido “fantástico”, segundo os responsáveis pela marca. Para descobrir e acompanhar online em facebook.com/ircycle.
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