2023 em revista: os temas que marcaram em termos de sustentabilidade

Destacamos 6 notícias que marcaram o país e o mundo e que nos dão esperança para um futuro mais sustentável

Destacamos os acontecimentos mais marcantes no que diz respeito à sustentabilidade do planeta durante 2023:

Renováveis batem recordes em Portugal

Em 2023 Portugal voltou a bater recordes com a produção de energia renovável: 61% do total do consumo de energia elétrica derivou de fontes renováveis, num total de 31,2 TWh, o valor mais elevado de sempre no sistema nacional. Os valores foram divulgados pela REN – Redes Energéticas Nacionais.

A energia eólica abasteceu 25% do consumo em Portugal, a hidroelétrica 23%, a fotovoltaica 7% e a biomassa 6%. Houve um crescimento homólogo de 70% A produção hidroelétrica aumentou 70%, face a 2022, e produção fotovoltaica 43%, devido ao aumento progressivo da capacidade instalada.

A produção de energia não renovável abasteceu apenas 19% do total do consumo, registando o valor mais baixo desde 1988. 

Destaque-se também que em 2023, o país esteve mais de 6 dias consecutivos 

(149 horas seguidas) movido apenas a energias renováveis. Entre o dia 31 de outubro e o dia 6 de novembro, as energias de fontes renováveis foram superiores às necessidades de consumo industrial e das famílias de todo o país. 

Nesse período, foram produzidos 1102 GWh, superando em 262 GWh o valor de consumo nacional para o mesmo período (840 GWh). O anterior recorde datava de 2019 e era de 131 horas.

“Estes importantes registos confirmam que Portugal tem mantido uma trajetória sustentável na progressiva incorporação de fontes renováveis endógenas, mantendo os objetivos primordiais de segurança de abastecimento e de qualidade de serviço”, declarou a REN.

Já em em 2019 Portugal foi destaque a nível internacional por ter atingido 131 horas consecutivas a ser abastecido apenas com energias renováveis.

Primeiro voo transatlântico de avião movido a óleos usados 

Em 2023 assistimos ao primeiro avião movido a biocombustível a cruzar o oceano Atlântico.

O voo realizou-se em novembro, pouco antes do início da COP28, e ligou Londres a Nova Iorque, num Boing 787 Dreamliner, da Virgin Atlantic. Dentro seguiam o fundador da empresa aérea, Richard Branson, o secretário dos Transportes do Reino Unido, Mark Harper, e vários convidados.

Este biocombstível é designado de “Sustainable Aviation Fuel” (SAF) é feito a partir de fontes sustentáveis, como resíduos agrícolas e óleo de cozinha usado. Segundo a Virgin Atlantic, a sua produção consome cerca de menos 70% de carbono e torna os voos menos poluentes. 

Apesar de não ser a primeira vez que um avião é movido a SAF, foi a primeira vez que se deu em um voo de longo curso, cruzando o oceano. O que traz esperança quando a uma possível contenção da pegada ambiental causada pela aviação, cujas emissões de CO2 tem aumentado significativamente nas últimas décadas. 

Jovens portugueses processam 32 governos pela inação climática

Deu-se a 27 de setembro a sessão de julgamento no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH). A queixa foi apresentada 3 anos antes, “após o verão mais quente de que há registo na Europa”, por 6 jovens portugueses. 

No banco dos réus sentaram-se os representantes de 32 governos, incluindo Portugal, acusados de danos ambientais e de “não terem feito a sua parte para evitar a catástrofe climática”. É a maior ação judicial na área do clima alguma vez iniciada.

Os jovens portugueses tiveram o apoio da Global Legal Action Network (GLAN) para a apresentação do caso, que teve uma “dimensão sem precedentes”, uma vez que apenas cerca de 0,03% dos casos apresentados ao TEDH chegam à Grande Câmara. A audiência envolveu 22 juízes daquele organismo, criado após a Segunda Guerra Mundial com a missão de responsabilizar os governos europeus quando não protegem os direitos humanos.

A decisão final deve ser conhecida no primeiro semestre de 2024 e, se o processo for bem-sucedido, o acórdão poderá obrigar diretamente os 32 governos europeus a agir urgentemente.

Queda da desflorestação da Amazónia

O ritmo de desflorestação da Amazónia, a maior floresta tropical do mundo, abrandou em 2023, com uma queda de 62% entre janeiro e novembro, face ao mesmo período de 2022. 

Os dados são do instituto de pesquisa Imazon, que sublinha ainda que esta esta é a maior queda desde 2017. A área desmatada passou de 10.286 km² em 2022 para 3.922 km² em 2023.

Ainda assim, o desmatamento da Amazónia em 2023 equivale a 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia. “Taxa que precisa ser reduzida ainda mais no próximo ano para que a Amazónia chegue a 2030 com desmatamento zero, meta anunciada pelo governo federal”, lê-se na página da Imazon. 

Criado o Dia Nacional da Sustentabilidade

O dia 25 de setembro vai passar a ser assinalado como o Dia Nacional da Sustentabilidade. A medida foi aprovada em Conselho de Ministros em maio de 2023 e determinou a data de 25 de setembro por coincidir com a adotada também pelas Nações Unidas.

Segundo o comunicado do Governo, o estabelecimento do Dia Nacional da Sustentabilidade pretende contribuir “de forma relevante para a divulgação de informação, a promoção do conhecimento e a capacitação de todos os atores sociais para a mudança consciente de comportamentos com potencial transformador para um futuro sustentável”.

Apesar de ser um passo mais simbólico que efetivo, a implementação desta efeméride reforça o compromisso do país com a sustentabilidade. 

Segundo o Relatório Voluntário Nacional, Portugal está a evoluir de forma positiva em 61% das metas estipuladas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agenda 2030, que definiu em 2015 os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

20 anos Missão Continente

Quanto maior a dimensão da empresa, maior a sua responsabilidade. E a longevidade da Missão Continente mostra como o Continente tem adotado essa mesma filosofia, contribuindo com a criação e o apoio de programas sociais há duas décadas consecutivas. 

A Missão Continente começou nos hospitais, com o nome Missão Sorriso e com o objetivo de dar apoio a crianças doentes. Hoje em dia, a sua atuação abrange outras causas sociais, como o desperdício alimentar ou educação ambiental. 

Apenas durante 2023 a Missão Continente permitiu que fossem reencaminhados excedentes alimentares num valor de 20 milhões de euros para mais de 1000 instituições.

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