15 gestos simples para reduzir a sua utilização de plástico em 2021.
15 gestos simples para reduzir a sua utilização de plástico
Reduzir a utilização de plástico faz parte das suas resoluções para este ano, mas não sabe por onde começar? Se é novo/a nestas andanças, nós damos uma ajuda. Como em todas as mudanças, o processo terá de ser gradual para ser bem-sucedido. Para simplificar a sua missão, aqui está um guia com 15 gestos simples que pode introduzir no seu quotidiano, sem grande esforço.
Embora as vacinas para a covid-19 já tenham começado a ser administradas, não veremos tão cedo o fim do túnel da pandemia. As máscaras continuarão a ser indispensáveis. Mas se tomou a decisão de fazer um uso mais responsável do plástico, terá de evitar as máscaras descartáveis. Estas não são recicláveis como o plástico comum, não só pelo risco de contaminação, mas também pelo facto de serem constituídas por uma variedade de plásticos distintos. Na natureza, uma máscara descartável pode levar 300 a 500 anos a decompor-se. A dificuldade em reaproveitar o material e, principalmente, o descarte incorreto estão já a gerar um problema ambiental. Não previna um mal contribuindo para outro. Utilize máscaras laváveis. Oferecem o mesmo nível de proteção contra bactérias e vírus, e são mais amigas do ambiente.
Sempre que comprar gel desinfetante, adquira uma embalagem de maior capacidade para encher novamente a embalagem pequena que já tem. Vai poupar plástico e a carteira.
Nunca mais compre garrafas de água em plástico PET. Não use como argumentos a reutilização dessa garrafa e a reciclagem. Em primeiro lugar, essas garrafas de plástico não foram pensadas para serem reutilizadas e libertam microplásticos que podem ser perigosos para a saúde. Em segundo, mesmo que recicle, já terá cometido o erro de utilizar uma garrafa descartável quando não precisava dela, aumentando a demanda pela produção. Tenha sempre consigo uma garrafa reutilizável em alumínio ou aço inoxidável. Muito importante: não caia no erro de comprar uma garrafa reutilizável de plástico. Apesar de o preço ser mais atrativo, não vai durar muito tempo.
Este é um dos maiores pecados que pode encontrar no supermercado: embalagens sobredimensionadas ou com camadas de plástico absolutamente desnecessárias. Afaste-se delas. Ou então contribua para repensar essas embalagens. A Deco tem em vigor uma campanha para incentivar os consumidores a identificarem produtos que necessitam de um redesign mais ecológico do packaging. Basta fotografar o produto e partilhar nas redes sociais com o hashtag #plasticoamais. A Deco entra depois em diálogo com as marcas com vista a desenvolverem alternativas mais sustentáveis.
Compre avulso sempre que possível. Assim estará a evitar embalagens e a adquirir apenas as quantidades de que realmente precisa. De preferência, leve consigo os seus próprios recipientes e sacos.
Da mesma forma que nos habituámos a levar connosco sacos de transporte de compras, não será difícil passarmos a levar também sacos reutilizáveis para frutas e legumes. Sacos de plástico que servem apenas para trazer estes frescos do supermercado para casa estão fora de questão. Mesmo que os deposite na reciclagem, mais uma vez, já terá cometido a asneira de usar plástico quando havia uma alternativa. Imagine uma lista semanal de compras muito básica: cebolas, alhos, couve, cenoura, laranjas, bananas, maçãs e peras. Se por cada artigo usar um saco plástico, estará a levar consigo oito sacos de plástico. Se o ritual se repetir todas as semanas, são 32 sacos por mês. São muitos sacos. Agora multiplique este número por todas as casas da sua rua. É muito plástico para uma rua só, não é?
Em alternativa, use sacos reutilizáveis. Estão cada vez mais presentes nas lojas. O Continente tem disponíveis várias tipologias, em algodão e em poliéster, que aguentam até 8 quilos.
Se gosta de pôr mãos à obra, também pode fazer uma eco bag a partir de T-shirts velhas. Veja a imagem.
O setor do vestuário também tem uma grande quota-parte de responsabilidade no problema dos plásticos. A fast fashion produz e deita fora todos os anos toneladas de peças. Por exemplo, por cada camisola de poliéster produzida são emitidos entre 4 a 7 quilogramas de dióxido de carbono, e a reciclagem de materiais ainda é incipiente. É por isso cada vez mais crucial que exista procura do consumidor por peças amigas do ambiente. Prefira vestuário em algodão e outras fibras naturais ou fabricadas a partir de materiais reciclados.
Apesar de não representarem um risco direto para quem usa os produtos cosméticos em que estão presentes, os microplásticos têm um grande impacto na natureza. Não são biodegradáveis. São facilmente ingeridos por animais marinhos e podem percorrer a cadeia alimentar até ao organismo humano. Mas não se preocupe, existe uma aplicação móvel para iOS e Android que facilita a tarefa de identificar produtos livres de microplásticos. Basta fotografar a lista de ingredientes e a Beat the Microbead diz-lhe de imediato se os produtos contêm ou não microplásticos.
Uma dica: todos os produtos MyLABEL estão livres de microplásticos.
A sua escova de dentes tem de ser trocada a cada três meses. São quatro escovas por ano. E se pensa que podem ser colocadas no ecoponto amarelo, desengane-se. O ecoponto amarelo destina-se unicamente à recolha de embalagens. As suas escovas acabarão incineradas ou num aterro sanitário porque a transformação não é, em geral, economicamente viável. Só a Extruplás, na Maia, consegue receber e tratar este tipo de resíduos.
Se está na hora de trocar a sua escova de dentes, troque por uma escova em bambu. É 100% biodegradável. Por outro lado, a extração do bambu não coloca qualquer problema ambiental, uma vez que a planta tem um crescimento muito rápido.
Seja para cortar a barba ou fazer a depilação, desista das lâminas descartáveis de plástico e use uma máquina elétrica.
A lufa ou bucha vegetal é um fruto que substitui na perfeição as esponjas para lavar loiça em poliuretano (plástico derivado do petróleo). Normalmente são vendidas na sua forma natural para que possam ser cortadas à medida. No fim da sua vida útil, a lufa pode ser compostada.
Esta mudança é provavelmente a mais simples. Um isqueiro tem uma vida útil muito curta comparativamente ao tempo que demora a ser absorvido pela natureza (cerca de 100 anos). Prefira fósforos em madeira que são biodegradáveis.
Para muita gente, é um artigo indispensável na cozinha. Não precisa de ser. Quer guardar restos de comida? Coloque num recipiente com tampa de fecho, preferencialmente em vidro, metal ou madeira. Melão aberto? Existem várias opções, como capas de silicone que esticam de forma a envolver os alimentos (também chamadas food huggers) ou bee’s wrap – pedaços de tecido de algodão com cera de abelha.
As refeições congeladas pré-confecionadas, além dos malefícios diretos para a sua saúde devido a excesso de sal, gorduras saturadas, corantes, conservantes e aditivos de vária ordem, são um pequeno crime ambiental porque são acondicionadas em embalagens descartáveis de plástico, muitas vezes numa proporção pouco comedida – com um recipiente tipo prato, um invólucro em volta deste e ainda um segundo revestimento para a exibir a marca do produto e toda a informação impressa.
Opte por cozinhar em casa e pratique esta tarefa como um ritual de descompressão. Vai poupar recursos naturais e a sua carteira também. Confecione comida de que gosta, adapte a complexidade da receita ao tempo que tem disponível, e controle melhor as quantidades e os ingredientes. A internet está repleta de sites onde se pode inspirar. O Chef Continente, por exemplo, permite-lhe pesquisar receitas filtrando por tipo de dieta, custo ou tipo de cozinhado.
Quando recorrer ao take away, leve consigo os seus próprios recipientes, evitando consumir plásticos descartáveis. Contudo, se tiver de optar pela comida ao domicílio, não conseguirá escapar aos plásticos descartáveis. Faça por isso a única coisa que está ao seu alcance para minorar o problema: recicle. Não precisa de lavar os recipientes antes de os colocar no ecoponto, basta limpar os resíduos orgânicos e escorrer os líquidos, se os houver.
Comece com estes 15 passos simples que vão ter um impacto muito significativo na sua pegada ecológica. Fazer um uso responsável do plástico não tem de ser complicado. Repense os seus hábitos de consumo, recuse plástico sempre que houver uma alternativa, reduza o desperdício deste material, reaproveitando-o na medida do possível, e, quando o plástico estiver em fim de vida e for passível de ser reciclado, deposite-o no ecoponto amarelo.