Porque algumas garrafas de plástico agora têm a tampa presa?

Já notou que as tampas de algumas garrafas de plástico não se desprendem do resto da embalagem quando as rodamos para abrir, como acontecia até agora? Saiba porquê
tampas das garrafas de água nas praias

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É uma nova diretiva, já transposta para a legislação portuguesa, e entra em vigor a 3 de julho. A partir daí, todas as garrafas de plástico de bebidas (água, sumos, cerveja, leite, entre outras), com capacidade até 3 litros, consideradas de uso único, devem cumprir a regra de não separar a tampa da embalagem. 

O objetivo é evitar que estas pequenas tampas, que se perdem facilmente, acabem nos mares, prejudicando a vida marinha e a biodiversidade. Ao mesmo tempo, espera-se que aumente o encaminhamento destas pequenas peças de plástico para reciclagem, uma vez que as tampas isoladas são mais suscetíveis de se perderem nesse caminho.

Neste sentido, a nova regra insere-se na Estratégia Europeia para os Plásticos, cuja meta é assegurar que, até 2030, todas as embalagens de plástico colocadas no mercado da União sejam reutilizáveis ou facilmente recicláveis.

Como se lê na diretiva, os produtos de plástico de utilização única, que são descartados após terem sido usados uma única vez, são raramente reciclados e tendem a tornar-se lixo. Por sua vez, as garrafas de plástico para bebidas de utilização única figuram entre os artigos de lixo marinho mais encontrados nas praias da União Europeia. 

Segundo contagens realizadas nas praias europeias, entre 80% e 85 % do lixo marinho é constituído por plástico, sendo que os artigos de plástico de utilização única representam 50% e os artigos relacionados com a pesca representam 27 % do total.  

Estes resíduos acarretam um “sério risco para os ecossistemas marinhos, a biodiversidade e a saúde humana, e causam prejuízos a atividades como o turismo, as pescas e o transporte marítimo”.

Desta forma, a diretiva incide também sobre as artes de pesca que contenham plástico e os produtos feitos de plástico oxodegradável, combatendo o problema dos microplásticos que está a contaminar os oceanos.

Todos os anos, cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos de plástico acabam nos oceanos e, se mantivermos este ritmo de descarte, sem reciclagem, em 2050 teremos mais plástico que peixes nos oceanos.

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