A camada de ozono e sua relação tóxica com o ser humano
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Uma embalagem alternativa ao plástico, biodegradável, compostável em casa e que estende a validade dos produtos? Conheça o YPACK.
Fomos conhecer alguns projetos de I&D do Continente, antecipando soluções para o futuro: alternativas ao uso de plástico e novas soluções alinhadas com o conceito de Economia Circular.
Marlos Silva é Area Manager na Sonae. Juntamente com Tiago Oliveira, Senior Project Manager, trabalham I&D dentro do grupo, em áreas que vão dos biopolímeros às tecnologias da informação. Conversámos com esta dupla que faz parte da equipa multidisciplinar da Sonae MC que trabalha na procura de soluções para o futuro, nomeadamente em alternativas ao uso de plástico e na rentabilização de recursos, tendo em conta o conceito de Economia Circular.
Marlos Silva e Tiago Oliveira integram a equipa da Sonae MC que participa no YPACK, um projeto europeu, financiado pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia, cujo propósito é encontrar uma alternativa ao plástico para a criação de embalagens adequadas à conservação de alimentos e cujo material seja biodegradável e conseguido através de desperdícios alimentares.
“O projeto começou com a ideia de utilizar um biopolímero, um bioplástico, com base num determinado resíduo – a casca de amêndoa. O projeto tem essas duas componentes: primeiro, desenvolver um bioplástico, uma alternativa aos polímeros com base no petróleo, e utilizar um resíduo numa lógica de Economia Circular. Ou seja, tem um duplo impacto ambiental” explica Marlos Silva.
O projeto está a ser desenvolvido desde novembro de 2017 e, durante 3 anos, reúne as experiências e resultados conseguidos por um consórcio de entidades. Dos participantes nacionais fazem parte o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, a Universidade do Minho, a Universidade Nova de Lisboa e a Sonae MC – o único parceiro industrial.
Apesar da investigação-base se focar numa solução para a embalagem de produtos alimentares, Marlos Silva prefere não limitar o uso do material: “O use case que temos é desenvolver o material para uso em determinados contextos da Sonae MC. Hoje, até pelos negócios da Sonae MC, pelo perfil enquanto retalhistas e dos resíduos que produzimos, desviámos um pouco da casca de amêndoa mas também queremos utilizar, por exemplo, a casca de banana – muito mais abundante, em termos de resíduo, no contexto nacional, do que a casca de amêndoa.”
“É através de um processo de fermentação de açúcares, produzidos por bactérias, que resulta o polihidroxialcanoato, um “polímero natural” que sustenta a génese da embalagem biodegradável que o YPACK procura conseguir”, complementa Tiago Oliveira.
Dentro da Sonae MC, na área de Projetos Financiados, há projetos em três grandes eixos: I&D, Sustentabilidade e na área de Recursos Humanos. Há outros projetos na área dos plásticos mas não com o potencial e estado de desenvolvimento do YPACK. Para Marlos Silva, o YPACK apesar de ser um projeto europeu, tem um viés de concretização ibérico, já que os principais parceiros são espanhóis: “Os principais parceiros industrializadores desta solução são o CSIC e o Bioinicia, que estão em Valência. Os primeiros são também os coordenadores do projeto.”
Na Sonae MC, o YPACK é trabalhado por uma equipa multidisciplinar. Sobre o material para a investigação resultar de desperdícios alimentares, Marlos Silva esclarece: “(Na Sonae MC) Procuramos o tipo de material, efetivamente sustentável – inclusive economicamente -, para ser introduzido (no processo) e também com uma questão hipotética que tem que ver com a logística. Se é um material que surge a partir de um resíduo, tentámos aptar valor para perceber onde está esse resíduo e como é que é movimentado”.
Tiago Oliveira refere que “no âmbito destes projetos, tipicamente trabalhamos com parceiros com diferentes valências. Geralmente são bastante complementares: mais científicas e tecnológicas e nós mais com competências de mercado. Nestes projetos, atuámos como end-users: trabalhamos toda a parte dos requisitos, de como resolver um problema da sociedade ou da empresa ou tipicamente de ambos. E depois também temos uma espécie de ‘laboratórios do consumidor’, como neste projeto, com testes à biodegradabilidade da embalagem e utilização do consumidor, em ambientes reais.”
Apesar de ainda estar em processo de desenvolvimento, do YPACK resultará não só uma nova embalagem, segura para os alimentos e que os conserva durante mais tempo, como também um produto biodegradável que poderá ser usado como fertilizante para a terra (degrada-se à base de H2O e Co2), – e entrar novamente no ciclo, na lógica da Economia Circular.
Neste projeto específico, Marlos Silva e Tiago Oliveira contam com a participação ativa e entusiasmada das equipas de negócio da Sonae MC, nomeadamente do pelouro Alimentar e Frescos.
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