Se não sabe ao certo quem é Greta Thunberg, de certeza que já ouviu falar de uma jovem sueca que conseguiu mobilizar milhares de jovens, um pouco por todo o mundo, numa luta global pelo futuro do nosso planeta.

#Climatejusticenow: numa tradução livre, um apelo urgente à justiça climática. Esta luta global, que ganhou um novo fôlego com a jovem sueca Gruta Thunberg, tem sido replicada por todo o mundo e pede intervenção imediata e efetiva pelo futuro do planeta.
Sem papas na língua, Greta Thunberg, de 16 anos, não hesita em dizer o que pensa: talvez por consequência da síndrome que lhe foi diagnosticada (Asperger, do espectro do Autismo), o interesse sobre o tema das Alterações Climáticas tornou-se numa obsessão (uma das manifestações mais comuns da doença é a fixação sobre determinado tema). Apesar de assumir algumas dificuldades no que respeita às relações sociais, quando se trata de defender a causa ambiental Greta faz-se ouvir. E de que maneira.
O interesse pela preservação do planeta surgiu aos 11 anos, com a genuína preocupação de uma criança: na escola, os professores falaram-lhe dos recursos naturais que se estão a esgotar, do desaparecimento de espécies e do comprometido futuro do planeta. Greta entrou em depressão. A questão é simples e dura – como é possível que não se fale sobre o assunto? Se o planeta está a morrer, é preciso agir urgentemente.
Greta Thunberg começou por se manifestar localmente, faltando às aulas um dia por semana até os políticos do seu país a ouvirem. Todas as sextas, durante semanas, Greta Thunberg esperou sentada à frente do parlamento sueco. “Faltar às aulas não é relevante perante a gravidade do problema” foi um dos argumentos que sustentou a sua convicção, apoiada pela família. Finalmente foi ouvida e, depois das autoridades suecas, pelo mundo: foi convidada a discursar na Cimeira do Clima das Nações Unidas e teve uma intervenção arrebatadora.
COP24: Foi a cimeira sobre Alterações Climáticas mais importante desde o estabelecimento do Acordo de Paris, em 2015. Representantes dos países das Nações Unidas reuniram-se em Katowice, na Polónia, para discutir três tópicos decisivos: a aplicação dos termos do Acordo de Paris, a redução dos gases com efeito de estufa e o financiamento dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento. |
“Esgotaram as desculpas e estamos a ficar sem tempo. Estamos aqui para vos dizer que a mudança está a chegar, quer queiram quer não. O verdadeiro poder pertence às pessoas.”
A frontalidade com que a jovem Greta Thunberg falou perante os representantes dos maiores líderes mundiais despertou a atenção para a gravidade do problema, mas, citando a intervenção:
“Até começarem a concentrar-se no que é preciso fazer, mais do que no que é politicamente viável, não haverá esperança. Não se resolve uma crise sem a tratar como crise. Precisamos de deixar os combustíveis fósseis no subsolo, e temos de pôr a tónica na equidade. E se as soluções dentro do sistema são tão impossíveis de encontrar, talvez tenhamos de mudar o próprio sistema. Não estamos aqui para implorar aos líderes mundiais que cuidem. Ignoraram-nos no passado e voltarão a ignorar-nos.”
Greta Thunberg tem mobilizado milhares de pessoas para a causa, especialmente os jovens que, um pouco por todo o mundo, têm seguido o exemplo da jovem sueca e se têm feito ouvir. Está nomeada para o Prémio Nobel da Paz pelo “gigantesco movimento que pôs em acção”, defende o júri que a indicou.
Uma coisa certa: ainda vamos ouvir falar muito de Greta Thunberg.
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