Aproveitar os descontos da Black Friday sem culpas? Movimentos Green Friday e Giving Tuesday podem ajudar
Iniciativas pretendem sensibilizar os consumidores para uma maior consciência ambiental na hora de aproveitar os descontos da “Black Friday”
Quando as posições ambientais das empresas são factores decisivos na escolha de emprego.
Talvez seja mais fácil explicar o fenómeno do “climate quitting” ao contrário: tendencialmente, os jovens têm procurado empresas que assumam claramente compromissos ambientais. O “climate quitting”, traduzido à letra, significa “desistência climática” e há quem esteja a abandonar empregos por estes não corresponderem às expectativas em relação aos fatores de sustentabilidade na gestão das empresas. O ESG, sigla do inglês, traduz os compromissos ambientais (Environmental), sociais (Social) e de governação (Governance) e é cada vez mais valorizado pelos jovens.
Um estudo da consultora britânica KPMG concluiu que os jovens que estão a ingressar no mercado de trabalho têm em consideração se os valores das empresas que potencialmente lhes interessam estão alinhados com os seus próprios valores. Num universo de 6.000 trabalhadores entre os 18 e os 44 anos, mais de 50% entre os 25 e os 34 anos dizem valorizar os compromissos ESG dos empregadores.
Um em cada dois dos inquiridos deseja que a empresa na qual trabalha demonstre pelo menos um compromisso com ESG, enquanto um em cada cinco diz já ter recusado uma oferta de trabalho pelo potencial empregador não estar alinhado com os seus valores.
A propósito do referido estudo, John McCalla-Leacy, o responsável pelo ESG da própria KPMG, contextuaria e justifica os resultados: “Está claro pelas discussões recentes da COP27, que, embora algum progresso esteja a ser feito, ainda há um longo caminho a percorrer se vamos limitar o aumento da temperatura global de 1,5 º C”. É neste cenário que as gerações mais jovens “irão lidar com os grandes impactos se falharmos em atingir esta meta”. Por isso, “não é surpreendente que isto, e outras considerações interligadas com a ESG, sejam pontos decisivos para muitos quando escolhem onde irão trabalhar”, acredita, citado pelo Briefing.2050.
O artigo da Peggada sobre o “climate quitting” dá alguns exemplos de como as empresas podem conseguir um impacto mais sustentável. Definir um plano de sustentabilidade com base em dados reais e metas exequíveis, por exemplo, é um ponto fundamental para comunicar de forma transparente. Depois, sugerem, “devem pôr em prática soluções que reduzam o seu impacto diário, da produção, ao armazenamento, distribuição” e atuando junto dos consumidores. Efetivamente, muitas empresas estão a implementar o ESG no planeamento dos seus negócios. Para o planeta – e para evitar o “climate quitting” – é essencial.
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