Aproveitar os descontos da Black Friday sem culpas? Movimentos Green Friday e Giving Tuesday podem ajudar
Iniciativas pretendem sensibilizar os consumidores para uma maior consciência ambiental na hora de aproveitar os descontos da “Black Friday”
Inês Sousa foi a grande vencedora do Fora da Caixa e teve uma experiência na MC.
Inês Sousa licenciou-se em Marketing e estava a frequentar mestrado em Economia e Gestão do Ambiente quando participou no passatempo de lançamento do Fora da Caixa. Foi através do Instagram de um “ativista/influencer” ambiental que teve conhecimento da iniciativa e ficou “logo interessada em participar”, partilhou, na altura. Já passou mais de um ano e a ideia de Inês, de acabar com fruta e legumes embalados em plástico, foi sendo implementada. A jovem propôs fazer o estágio curricular na MC e teve oportunidade de acompanhar alguns processos. Agora, terminada a experiência, quisemos saber como foi.
Quando soubeste que eras a vencedora do ‘Fora da Caixa’, referiste que ambiente e sustentabilidade são as tuas principais áreas de interesse a nível profissional e que tinhas “algumas expectativas”. Já estavas a pensar propor um estágio na MC?
Na altura, quando concorri ao Fora da Caixa, não tinha mesmo expectativas de ganhar, por isso nunca tinha pensado que essa experiência me poderia abrir portas a nível profissional. Apenas uns meses depois de ganhar o passatempo, como estava à procura de estágio curricular no âmbito do meu mestrado, pensei que poderia ser uma possibilidade interessante. Então lá tentei a minha sorte e acabei por conseguir!
Uma pergunta que é um desafio: um “resumo” do ‘antes’ e ‘depois’ da experiência dentro da empresa. Como foi idealizar possíveis mudanças e depois perceber que a implementação, afinal, não é assim tão simples?
Nunca pensei que a implementação de qualquer projeto no ramo da sustentabilidade fosse fácil. Mas realmente, só depois de se estar dentro deste tipo de projetos, se percebe o quão complexo é. Há muitas partes envolvidas, muita coisa que necessita de estar em sintonia, muitos fatores que podem correr mal… é realmente desafiante. Mas acho que isso também torna estes projetos muito mais interessantes. Isso e o facto de pensarmos que estamos a contribuir para uma mudança muito positiva.
Em relação às embalagens, pudeste acompanhar parte do processo de elaboração do Manual Packaging Sustentável, por exemplo, e do projeto-piloto do refill de embalagens. Queres comentar, na perspetiva de “consumidora com privilégios” (informação antes de ser pública), estas possibilidades de simplificar e mesmo reduzir embalagens? O que achas?
Eu acho que são duas iniciativas incríveis, que podem trazer grandes resultados. Eu como consumidora procuro sempre comprar de forma consciente, mas admito que nem sempre é fácil libertar-nos dos nossos hábitos antigos e menos sustentáveis. Acho que, para os consumidores conseguirem começar a repensar os seus processos de compra, a reciclar mais, a responderam ao desafio ambiental de plásticos de uso único, entre outros, é preciso realmente informar e educar mais neste sentido. O consumidor precisa de saber das vantagens que tem em comprar a granel, ou em comprar um certo produto em vez de outro. As medidas, os projetos, por si só não chegam, por muito inovadores que sejam. Por isso, eu acho que ainda é preciso trabalhar muito neste sentido, para se começar a ver os resultados que pretendemos. Eu, enquanto consumidora, vou procurando informar-me ao máximo, e informar também aqueles que me rodeiam e estão ao meu alcance.
Quando foi anunciado o teu nome como grande vencedora do Fora da Caixa, deixaste um “recado às marcas”, recordas-te? Sobre ser “essencial compreenderem as necessidades da comunidade e dos seus clientes” de forma a “conseguirmos, juntos, construir um mundo melhor e mais sustentável”. Duas coisas sobre isto: achas que a MC tem trabalhado essa compreensão do mercado e das necessidades dos consumidores? E mais: durante a tua, ainda que curta, passagem pela empresa, sentiste que, de alguma forma, estavas efetivamente a contribuir para esse “mundo mais sustentável” que idealizas?
Eu acho que a MC tem trabalhado bastante em prol da sustentabilidade, através de iniciativas como o Plástico Responsável, a luta contra o desperdício alimentar, o compromisso com a Fundação Ellen MacArthur, a mudança das suas embalagens, entre outros. Apesar disso, acho que ainda estão a chegar pouco ao consumidor. A maioria ainda não conhece estas iniciativas, ou então não as compreendem o suficiente para aderir. E, infelizmente, estamos a passar por uma fase difícil, as pessoas, nós, estamos a passar por tempos difíceis no que toca ao consumo, e torna-se ainda mais complicado chegar ao consumidor. “Ele” neste momento tem maiores preocupações do que a sustentabilidade. Mas, mais uma vez, realço a importância de trabalhar a parte informativa, para que “ele” conheça o que pode fazer para ajudar, porque deve ajudar, o que ganha com isso, etc, porque o bem do nosso planeta não pode ser esquecido.
Última pergunta: e agora, o que vais fazer? (Continuar a estudar, desenvolver algum projeto, etc.) Vais continuar atenta a iniciativas como o “Fora da Caixa”?
Neste momento, estou a terminar o meu mestrado. Vai acabar muito muito em breve, espero eu! Desde que terminei o estágio na MC, que estou à procura de emprego na minha área, e é isso que pretendo continuar a fazer, até encontrar o meu caminho. Com este estágio, pude perceber realmente que é na área da Sustentabilidade que quero trabalhar e, por isso, estou muito grata por esta oportunidade me ter orientado nesse sentido. Para além de procurar emprego e escrever o meu relatório, tenho-me entretido com o meu pequeno negócio, LOA – Made By Hand, e aproveito a oportunidade para convidar todos a conhecerem (@loa_madebyhand). É algo muito simples, mas que faço com carinho. E claro, vou continuando a informar-me e a ter as minhas pequenas mudanças enquanto pessoa e consumidora, procurando também estar atenta a iniciativas inovadoras e envolventes, que possam fazer a diferença.
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