Um dinossauro de plástico e outros bichos

Esculturas feitas com lixo de plástico representam alerta para o problema.
Dinossauro feito com garrafas de plástico no Japão

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Um esqueleto de tiranossauro feito com 20.000 garrafas de plástico vazias, reutilizadas na conceção da escultura, esteve em exposição em Tóquio, no Japão, por iniciativa de uma imobiliária como forma de consciencializar os colaboradores para a reciclagem. Um dinossauro de plástico na entrada do escritório parece eficaz para atrair a atenção.

Só durante 2022, a Sumitomo Realty & Development Co. recolheu cerca de 6 milhões de garrafas vazias só nos três prédios de escritórios do complexo arquitetónico de Shinjuku Sumitomo Building. A escultura de quatro metros de altura e dez de comprimento, executada por alunos da Universidade de Artes de Tóquio, esteve exposta no átrio de um dos edifícios apenas durante o fim-de-semana de 27 a 29 de janeiro, mas contou com divulgação nos media internacionais. 

Comparativamente com o lixo doméstico, as empresas (pelo menos as japoneses) parecem não ter tanto cuidado na separação dos resíduos, pelo que a iniciativa promoveu também uma reflexão no mundo empresarial, segundo declarações da Sumitomo, que a organizou. 

Big Trash Animals

Com o mesmo propósito da escultura do dinossauro, de chamar a atenção para o problema do lixo plástico, o trabalho do artista português Bordalo II é um bom exemplo. As instalações que cria são feitas com lixo, maioritariamente lixo plástico, e geralmente representam animais em vias de extinção. 

The Mountain Lion Bordalo II escultura plástico Texas

As icónicas obras estão por todo o mundo e uma das mais recentes é um puma, o “Plastic Mountain Lion” (“Puma de plástico”, numa tradução livre). Mede quase 20 metros e pode ser visto em El Paso, no estado norte-americano do Texas. A intervenção pertence à série “Big Trash Animals” (“Grandes Animais de Lixo”), uma “forma de fazer retratos da natureza, uma composição das vítimas com aquilo que as destrói”, citando Bordalo II em declarações à Lusa.

Representações de animais para defender a sua sobrevivência

As representações são diversas: há uns meses, apareceu um “bicho feio”, grande, composto por sucata e lixo de plástico recolhido nas praias, em pleno Campo Pequeno, em Lisboa. A escultura “The Machine”, do coletivo Skeleton Sea, foi feita com mais de 500 quilos de resíduos e foi mais uma chamada de atenção para o que se está a passar à nossa volta: toneladas de plástico descartado, desnecessário e que interfere com o normal funcionamento dos ecossistemas. 

The Machine escultura plástico Skeleton Sea

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