Até onde poderá ir o meu lixo de plástico?

Se o plástico que descarta fosse parar ao oceano, até onde poderia “viajar”? Agora há um mapa interativo para perceber melhor o que acontece.

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Se o plástico que descarta fosse parar ao oceano, até onde poderia “viajar”? Agora há um mapa interativo para perceber melhor o que acontece.

Se o Ocean Cleanup começou por ser o projeto de Boyan Slat para travar o plástico nos oceanos, hoje é uma fundação que conta com uma equipa de mais de 90 pessoas, entre engenheiros e cientistas. Evoluiu de uma ideia relativamente simples para instituição de referência no desenvolvimento de soluções para limpar a poluição dos oceanos e para intercetar o plástico que “desagua” nos mares. A novidade recentemente anunciada é um sistema de “tracking” (monitorização) do lixo que produzimos.

Chama-se Plastic Tracker e é um mapa interativo que permite prever a probabilidade de os nossos resíduos acabarem no oceano. A ideia da equipa do Ocean Cleanup é fazer que as pessoas tomem uma maior consciência do destino dos seus resíduos. Introduzindo uma localização, o cálculo prevê o possível percurso dos resíduos que eventualmente fossem parar ao mar. Independentemente de as características de cada tipo de plástico influenciarem a “viagem” que poderia fazer, esta ferramenta interativa mostra-nos o porquê, por exemplo, de os resíduos se acumularem em determinadas zonas do oceano Pacífico devido às correntes marítimas.

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Alguma notas sobre o Plastic Tracker (de acordo com a organização)

  • O mapa foi pensado como ferramenta educativa para ilustrar o destino do plástico flutuante daqui a 20 anos, caso perdêssemos o seu rasto.
  • Citando a equipa do Ocean Cleanup no website, com esta ferramenta esperam “transmitir que a poluição do plástico é responsabilidade de todos” e que todos podemos ajudar a combatê-la usando menos plástico e garantindo que não acaba no sítio errado.
  • Apesar de a ferramenta representar “trajetórias de plásticos flutuantes”, uma parte significativa deles poderá “afundar-se” nos rios e estuários. Um exemplo apontado é o das garrafas de plástico que embora tendam a não chegar a oceano aberto, é muito provável que as suas tampas cheguem. Embora a previsão da trajetória possa ser algo imprecisa, é importante notar que, “mesmo que o plástico não vá além do estuário ou do rio, ele irá permanecer lá por décadas”.

Para recordar

O sistema inovador do Ocean Cleanup, criado em 2013 por Boyan Slat (na altura com 18 anos), foi pensado para recolher resíduos no oceano com a ajuda das correntes marítimas. A estrutura, em forma de U, funciona como barreira para travar o lixo, salvaguardando que os peixes consigam facilmente libertar-se. O projeto valeu-lhe uma distinção das Nações Unidas em 2014. No entanto, só em 2018 foi possível operacionalizar a solução. Em 2020 o modelo foi aperfeiçoado e os resultados refletem isso mesmo, com a barreira a recolher resíduos de uma das ilhas de lixo do Pacífico. Um dos objetivos para o futuro é reforçar e ampliar o sistema para conseguir recolher pelo menos metade dos resíduos que flutua no Pacífico, cerca de 40 mil toneladas de plástico.

Imagem da primeira barreira do Ocean Cleanup.

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